O Orçamento de 2024 “possivelmente” terá contingências e bloqueios de verbas, embora os números ainda não tenham sido finalizados, disse nesta terça-feira (16) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na próxima segunda-feira (22), o Relatório Bimestral de Receitas e Despesas definirá quanto o governo terá que contingenciar ou bloquear para cumprir os limites de gastos e a margem de tolerância zero ao déficit, expressos no novo marco fiscal.
“O Orçamento possivelmente terá tanto bloqueio se alguma despesa ultrapassar 2,5% [de crescimento acima da inflação]. Vocês devem se lembrar que temos um teto que não pode ser ultrapassado, que é de 2,5%. Então esse trabalho está sendo feito para verificar o que será necessário [cortar ou contingenciar]”, disse o ministro.
“Qualquer coisa acima de 2,5% deve ter uma contrapartida de bloqueio. E, no caso de [falta de] receita, é uma contingência, porque ainda temos essa questão pendente de cumprimento da decisão do STF [Supremo Tribunal Federal] sobre compensação [da desoneração da folha de pagamento]”, completou Haddad.
Tanto a contingência como o bloqueio representam cortes temporários nas despesas. O novo quadro fiscal, no entanto, estabeleceu motivações diferentes. O bloqueio ocorre quando os gastos do governo aumentam mais do que o limite de 70% de crescimento das receitas acima da inflação. A contingência ocorre quando há falta de arrecadação que comprometa o alcance da meta de resultado primário (resultado das contas governamentais sem juros da dívida pública).
O ministro comentou que os números de contingência e bloqueio do Orçamento de 2024 só deverão ser finalizados nos próximos dias. Segundo Haddad, a reunião em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o corte de R$ 25,9 bilhões nos gastos obrigatórios referia-se apenas à elaboração do Orçamento de 2025, iniciada neste mês.
“Ainda não houve reunião com o presidente sobre 2024. Deixe-me dizer que isso é importante. A reunião que fizemos há duas semanas com o presidente Lula foi sobre o Orçamento para 2025. Porque tivemos que liberar cotas para os ministérios [para o próximo ano]. Você entrega o orçamento no dia 31 de agosto ao Congresso, mas a elaboração do Orçamento leva 60 dias dentro do Executivo”, explicou Haddad.
Entrevista
Haddad conversou com jornalistas antes de encontro com o presidente Lula no Palácio do Planalto, onde discutirá medidas para a indústria alimentícia. Após a saída do ministro do prédio, a assessoria do Ministério da Fazenda divulgou um discurso da entrevista do presidente Lula à TV Record em que o presidente se comprometeu a cumprir o marco fiscal.
“Faremos o que for necessário para cumprir o quadro fiscal. Eu disse na campanha que íamos criar um país com estabilidade política, jurídica, fiscal, económica e social. Essa responsabilidade, esse compromisso – posso falar para vocês como se estivesse falando para um dos meus filhos, para a minha esposa –, responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, trago desde o berço”, disse Presidente Lula em trecho divulgado pelo Ministério da Fazenda e pela Secretaria de Comunicação do governo federal.
Mais cedo, a divulgação de mais um trecho da entrevista causou barulho no mercado financeiro. No discurso divulgado pela emissora, Lula deu a entender que poderia alterar a meta de déficit primário estabelecida pelo marco. “É apenas uma questão de visão. Você não é obrigado a definir uma meta e cumpri-la se tiver coisas mais importantes para fazer. Este país é muito grande, este país é muito poderoso. O que é pequeno são as cabeças dos líderes deste país e as cabeças de alguns especuladores”, disse Lula à emissora.
Haddad disse que a frase foi tirada do contexto. Segundo o ministro, Lula, na verdade, referia-se à margem de tolerância estabelecida pelo marco fiscal para a meta de resultado primário, com 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país), acima ou para baixo. “Ele disse que poderia ser -0,1% do PIB, poderia ser 0%, poderia ser 0,1%, entendeu? Isso está até dentro da faixa do marco fiscal”, destacou Haddad.
Isenção de folha de pagamento
Sobre a desoneração da folha de pagamento, cujo projeto que compensa receitas está em análise no Senado, Haddad disse que está perto de chegar a um acordo com o Senado. “Chegamos a um texto confortável para o Tesouro e estamos negociando com os senadores, que são quem tem que aprovar a compensação. Contanto que você feche a compensação, você tem que fechar o número. Esse é o nosso problema, é fechar o número”, declarou.
Na semana passada, Haddad disse que o projeto precisa direcionar R$ 18 bilhões como fonte de aumento de receita para compensar a prorrogação até 2027 da desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia e pequenos municípios. O número é inferior à estimativa inicial de R$ 26,3 bilhões.
Segundo Haddad, o Congresso precisará calcular o impacto para os quatro anos da prorrogação do benefício fiscal para trazer tranquilidade para os próximos anos. “Como é uma escala salarial de quatro anos, tenho que ter um conjunto de medidas que compense esse número. Então teremos céu limpo, teremos tranquilidade para concluir a execução orçamentária deste ano e do próximo com estabilidade. Se tudo correr como planeado, apresentaremos um Orçamento bastante confortável no dia 31 de agosto. Talvez o melhor dos últimos dez anos”, concluiu o ministro.
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