O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou esta terça-feira que precisa “ser convencido” a fazer cortes orçamentários este ano e que não é “obrigado” a seguir a meta fiscal estabelecida. Minutos depois, porém, Lula afirmou, no mesmo comunicado, que fará o que for “necessário” para cumprir o marco fiscal, norma que rege o controle das contas públicas.
Lula foi questionado se estaria disposto a bloquear um valor entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões para manter a credibilidade do quadro fiscal e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
— Primeiro tenho que me convencer se há ou não necessidade de cortar. Você sabe que eu tenho uma diferença histórica, uma diferença de conceito com o pessoal do mercado. Nem tudo que eles tratam como despesa, eu trato como despesa — respondeu o presidente, em entrevista à TV Record, cuja íntegra não foi divulgada.
Prioridades
Após a entrevista, Lula afirmou que a meta fiscal é uma “questão de visão” e que ele não é obrigado a cumprir o que foi estabelecido se tiver “coisas mais importantes para fazer”. O presidente afirmou ainda que o país não terá problemas se o déficit não for zero, meta estabelecida para 2024 e 2025.
— É só uma questão de visão. Você não é obrigado a definir uma meta e cumpri-la se tiver coisas mais importantes para fazer. Este país é muito grande, este país é muito poderoso, o que é pequeno são as cabeças de alguns líderes deste país e de alguns especuladores. Este país não tem problema se for défice zero, défice zero um, zero dois, não há problema para o país. O importante é que o país esteja crescendo — disse o presidente.
Em outro momento, porém, Lula afirmou que a meta fiscal zero não é “rejeitada” porque o governo fará o que for necessário para cumprir o marco fiscal e que é mais “sério” do que quem dá “assessores” sobre a situação fiscal do Brasil. emitir. Tenho mais seriedade fiscal do que quem opina sobre esse assunto no Brasil.
— Ela (meta zero) não é rejeitada porque faremos o que for necessário para cumprir o marco fiscal. Essa responsabilidade, esse compromisso, posso te afirmar: não aprendi responsabilidade fiscal na faculdade, trago isso desde que nasci. Não gaste o que você não tem. Não assuma dívidas que você não pode pagar.
Recursos
Recentemente, Lula determinou que a equipe econômica faça o que for necessário para cumprir o quadro fiscal neste ano e nos próximos anos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o mecanismo que controla o crescimento das despesas públicas será preservado “a todo custo”, indicando que o presidente autorizou o bloqueio de despesas para atingir a meta fiscal deste ano, que é o déficit zero.
Isso ocorreu após uma série de discursos de Lula que fizeram o dólar subir e lançaram dúvidas no mercado sobre a política fiscal. O governo quis dar garantias de que perseguirá o objetivo de não gastar mais do que arrecada este ano.
Lula, porém, tem defendido que não fará cortes nas áreas sociais do governo, ao mesmo tempo que reforça que a responsabilidade fiscal é um compromisso do governo.
Segundo o ministro da Fazenda, Lula autorizou com pente fino a redução de despesas de R$ 25,9 bilhões em programas dos ministérios para fechar as contas públicas de 2025, mas não deu muitos detalhes de como e onde serão feitos os pagamentos . educado.
Esse pente fino vai abranger uma revisão dos benefícios previdenciários, como auxílio-doença, e assistenciais, como o BPC pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
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