A arrecadação de impostos em Mato Grosso do Sul registrou desaceleração no primeiro semestre de 2024. Segundo o boletim de arrecadação do Conselho Nacional de Política Financeira (Confaz), pela primeira vez, o governo do estado ultrapassou a marca de R$ 10,030 bilhões em faturamento em um único semestre. Porém, apesar dessa marca, a receita do primeiro semestre cresceu menos que a inflação dos últimos doze meses.
Na comparação com os primeiros seis meses do ano passado, quando os impostos renderam R$ 9,706 bilhões, o crescimento foi de 3,34%. A inflação do período, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 4,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isto significa que as receitas do Estado diminuíram, o que não acontecia desde a crise económica global de 2008.
A receita do Estado registou o quarto mês consecutivo com um desempenho tímido. Em março, o saldo foi negativo em 5,75% em relação ao mesmo mês do ano passado, passando de R$ 1,618 bilhão em 2023 para R$ 1,525 bilhão em março de 2024.
Em abril deste ano foram arrecadados R$ 1,676 bilhão com todos os impostos, o aumento foi de apenas 2,60% em relação ao ano passado, quando foram arrecadados R$ 1,634 bilhão. Em maio, o crescimento foi de 2,59%, passando de R$ 1,505 bilhão em 2023 para R$ 1,544 bilhão no mesmo mês de 2024.
O mês passado foi o quarto mês consecutivo de mau desempenho dos cofres públicos. A receita de junho foi de R$ 1,543 bilhão, 2,33% acima do valor arrecadado no mesmo mês do ano passado, quando R$ 1,508 bilhão entrou nos cofres do Estado. Somente em janeiro e fevereiro a receita cresceu em ritmo superior à inflação, como mostram dados do Confaz.
SECA
No primeiro semestre do ano, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foi responsável por 81,77% dos tributos arrecadados. A receita foi de R$ 8,201 bilhões, 3,61% acima do valor arrecadado no mesmo mês do ano passado, quando R$ 7,916 bilhões entraram nos cofres do Estado.
Uma das principais explicações para esta estagnação da receita é a queda do ICMS no setor primário, 19,03%. Devido à seca e à consequente queda na produção agrícola, a receita do estado caiu de R$ 834 milhões para R$ 675 milhões, o que significa R$ 159 milhões menos impostos sobre produtos como soja e minerais.
Conforme noticiou o Correio do Estado em maio, os dados consolidados da última safra de soja indicam produção 45 milhões de sacas a menos. Levantamento do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga MS) mostra que foram colhidas 12,3 milhões de toneladas de soja na safra 2023/2024 ante as 15 milhões de toneladas colhidas no ciclo anterior – queda de 18% ou 2,7 milhões de toneladas a menos.
Essa redução é resultado, segundo a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), da falta de chuvas e da sua irregularidade em grande parte do Estado desde outubro do ano passado.
Transformando os 2,7 milhões de toneladas em sacas, são cerca de 45 milhões de unidades a menos que no ano passado. E, levando em conta o preço médio da saca de R$ 120, os produtores sul-mato-grossenses estão perdendo cerca de R$ 5,4 bilhões em receita.
Devido à falta de água para navegação comercial no Rio Paraguai, as exportações minerais caíram 40%. Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) indicam que o minério de ferro que sai da região de Ladário e Corumbá passou de um total de 1,93 milhão de toneladas nos primeiros quatro meses de 2023 para 1,18 milhão de toneladas em 2024 – queda de 38%.
Além disso, o preço médio do minério caiu 44% e o da soja, 15% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
O mestre em Economia Eugênio Pavão acredita que pode haver uma pequena queda na arrecadação de ICMS até o final deste ano.
“A tendência em 2024 deverá ser de estabilidade, ou de pequena queda, caso o problema no setor agrícola persista, principalmente por conta do setor externo. Enquanto o ICMS do setor de combustíveis não deve apresentar aumento significativo. Dessa forma, o impacto no setor agrícola será o saldo final”, analisa.
Mas se a seca e o calor acima da média causaram perdas no sector primário, também ajudaram os cofres do Estado noutra área. A receita de ICMS sobre energia elétrica aumentou nada menos que 20,9%, principalmente devido ao maior acionamento de aparelhos de ar condicionado.
No primeiro semestre do ano passado, o setor energético garantiu R$ 421 milhões. Neste ano, a receita cresceu R$ 88 milhões e fechou o semestre em R$ 509 milhões.
Outro setor fundamental para evitar uma queda ainda maior no tamanho final do bolo tributário foi o dos combustíveis, que a partir de fevereiro recebeu um aumento de cerca de R$ 30 milhões por mês devido ao aumento dos impostos sobre gasolina e diesel. .
A arrecadação sobre combustíveis, que representa 33% do total do ICMS estadual, aumentou 7,92%, passando de R$ 2,547 bilhões para R$ 2,749 bilhões.
OUTROS IMPOSTOS
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é o segundo imposto que mais arrecada recursos para os cofres do Estado. Foram arrecadados R$ 921,174 milhões, o que equivale a 9,18% do total arrecadado e um crescimento de 5,30% em relação aos R$ 874,829 milhões arrecadados no mesmo período do ano passado.
Os chamados outros impostos apontam queda de 2,74% no período, passando do valor de R$ 681,309 milhões de janeiro a junho de 2023 para R$ 662,657 milhões no corrente ano.
Por fim, surge o chamado imposto sucessório, o Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCD ou ITCMD). Com receita de R$ 241,394 milhões, aumento de 8,11% em relação aos R$ 223,284 milhões registrados em 2023.
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