O Ibovespa subiu praticamente desde a abertura desta quinta-feira, 11, e a alta atinge a maioria das ações da carteira, diante da percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) começará a cortar os juros em setembro .
Apesar disso, as bolsas americanas mostram algum cansaço esta quinta-feira, depois dos máximos históricos do dia anterior dos índices S&P 500 e Nasdaq. Ainda assim, o bom humor prevalece, especialmente nos rendimentos do Tesouro, que caem acentuadamente na esteira do IPC.
“Depois do IPC de hoje, aumenta a probabilidade de um primeiro corte acontecer em setembro”, diz Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos.
O dado mais esperado da semana, o indicador de preços ao consumidor dos Estados Unidos, teve deflação de 0,1% em junho, ante previsão de alta de 0,1% no período, e a taxa anual desacelerou para 3%.
Os dados levantaram a chance de redução dos juros americanos, que já vinham crescendo nesta semana após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Congresso norte-americano.
“Os dados foram bons. Isso é muito positivo para o Brasil, e o minério de ferro subiu 0,79% na China em Dalian, o que é mais um reforço”, afirma Kevin Oliveira, sócio e conselheiro da Blue3.
Para Saadia, da Nomos, os dados de inflação dos Estados Unidos divulgados esta manhã são mais uma peça na história de que a economia está desacelerando e a inflação está controlada. “O ponto de inflexão económica já passou”, diz ela.
Outro fator positivo para a Bolsa, que o mercado ainda não precifica com tanta força, é a aprovação do primeiro texto básico do regulamento da reforma tributária, chama atenção Oliveira, da Azul3.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 10, o primeiro texto-base do regulamento da reforma tributária, com 336 votos a favor, 142 contra e duas abstenções.
A proposta estabelece um bloqueio na alíquota do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que não deve ultrapassar 26,5%, e amplia a cesta básica com imposto zero e o alcance do mecanismo de devolução de parte dos impostos (“cashback”). .
O Ibovespa sobe apesar do viés de alta de algumas taxas de juros futuras. Mesmo assim, as ações ligadas ao consumo avançam na esteira das vendas no varejo acima do esperado pelo mercado.
As vendas no varejo cresceram 1,2% em maio frente a abril e as vendas do conceito ampliado cresceram 0,8% no período. O crescimento poderia ser um fator preocupante, no sentido de que poderia fazer com que a taxa Selic permanecesse no patamar atual de 10,50% ao ano por mais tempo do que o esperado.
Segundo Beto Saadia, da Nomos, o crescimento das vendas reflete muito o impulso fiscal que foi dado nos últimos dois anos e meio.
Na quarta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,09%, aos 127.218,24 pontos, principalmente na esteira do IPCA de junho abaixo do esperado, que descartou a possibilidade de alta da Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês. , indicado na curva futura. Com a alta da véspera, marcou oito ganhos consecutivos.
Às 11h21 desta quinta, o Ibovespa subia 0,45%, aos 127.786,07 pontos, ante abertura aos 127.220,95 pontos, com variação zero. Na máxima, atingiu 128.292,09 pontos, alta de 0,84%. Foram transferidas apenas oito ações, de um total de 86.
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