O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira a inclusão da carne fresca na cesta básica, com alíquota zero.
Lula já havia defendido uma diferenciação por corte, onde a carne que faz parte do “cotidiano” do povo não seria tributada, enquanto a carne “chique, importada” continuaria a ser tributada.
— Temos que entender que possivelmente teremos que separar o que é carne fresca e o que é carne processada para fazer a diferença, mas sinceramente sou um daqueles que ficará feliz se puder comprar carne com isenção de impostos. Prometi durante a campanha que as pessoas voltariam a comer picanha e a beber cerveja — afirmou durante o lançamento do Plano Safra para grandes empresas.
Nesta terça-feira, Lula defendeu uma diferenciação por corte, onde a carne que faz parte do “cotidiano” do povo não seria tributada, enquanto a carne “chique, importada” continuaria a ser tributada.
— Sou a favor. Já discuti isso com o (Fernando) Haddad, já discuti isso com o (Gabriel) Galípolo (diretor do Banco Central), com o pessoal do Tesouro. Acho que temos que fazer uma diferenciação. Você tem vários tipos de carne. Chique, de primeira qualidade, que quem consome pode pagar o imposto. E você tem o outro tipo de carne, que é a carne que a gente consome. O frango, por exemplo, não precisa ser tributado, faz parte do dia a dia do povo brasileiro, assim como os ovos. Então, músculo, mandril, coxa mole, tudo isso pode ser evitado.
A Reforma Tributária, aprovada no Congresso no ano passado, previu a tributação zero sobre uma série de alimentos. Proteínas animais, como carne bovina e frango, porém, ficaram de fora dessa lista. Esses itens teriam apenas redução de impostos.
Para Lula, a isenção poderá ser incluída agora que a reforma será regulamentada pelo Congresso. Somente após esta regulamentação a nova tributação ou isenção entrará em vigor.
Os deputados do grupo de trabalho que analisa a regulamentação do primeiro texto da Reforma Tributária encerraram a questão sobre a inclusão da carne na cesta básica com alíquota zero. Numa reunião no domingo, eles concordaram que as proteínas da carne bovina, do frango e do peixe deveriam ser isentas de impostos.
Unificação de impostos
O primeiro texto do regulamento da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Mercadorias e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços). Juntos, eles formam o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unificará cinco impostos que hoje afetam o consumo.
O IBS reunirá o ICMS, imposto estadual, e o ISS, imposto municipal. A CBS combinará PIS, Cofins e IPI, todos de abrangência federal. As alíquotas de ambos somarão os 26,5% previstos no regulamento da reforma. Esta será a taxa de referência a aplicar aos bens e serviços.
Essa alíquota, porém, poderá ser maior ou menor de acordo com as exceções e regimes especiais previstos na reforma. Os produtos da cesta básica, por exemplo, serão reduzidos e, em alguns casos, zerados.
O texto atual prevê que as carnes tenham desconto de 60% nos impostos. O que defende o grupo de deputados do grupo de trabalho, e que teve o aval de Lula, é que a alíquota seja totalmente zerada.
Para compensar a isenção, os deputados estudam ampliar a lista do chamado Imposto Seletivo, que terá alíquota superior à padrão. Será o caso do cigarro e do refrigerante, por exemplo.
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