No acumulado de seis meses, o litro do etanol aumentou 12,69% em Mato Grosso do Sul. Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o biocombustível foi vendido, em média, a R$ 3,23 no primeiro mês do ano e chegou a R$ 3,64 na última semana de junho de 2024 – um diferença de R$ 0,41.
Entre os dias 7 e 13 de janeiro, o álcool foi vendido no Estado com preço mínimo de R$ 2,98 e máximo de R$ 4,70. Enquanto na última semana do mês passado o menor preço encontrado para o biocombustível foi de R$ 3,35 e o maior foi de R$ 4,78.
O economista Eduardo Matos destaca que o principal fator para o aumento do etanol é o aumento do consumo. “Hoje a frota de veículos brasileira, em sua maior parte, é flex fuel, isso significa que o consumidor pode escolher tanto o etanol quanto a gasolina e recentemente o combustível fóssil tornou-se menos compensatório, o que aumenta consideravelmente a demanda pelo derivado da cana-de-açúcar. de-açúcar”, analisa.
Para o mestre em Economia Lucas Mikael, diversos fatores contribuíram para os recentes aumentos nos preços dos combustíveis. “Os principais a serem destacados são o aumento dos custos das distribuidoras e dos postos, repassados diretamente ao consumidor. Porém, o principal impacto veio dos aumentos de impostos”, ressalta.
Matos destaca ainda que o consumidor geralmente calcula a proporção do preço dos combustíveis com a sua renda e chega à conclusão de que vale mais a pena rodar com etanol.
“Esse aumento na demanda por combustível pressiona as usinas e distribuidoras e aí entra em jogo a regra econômica básica de oferta e demanda, visando uma margem de lucro maior, os “players” conseguem aumentar o preço para que o produto continue competitivo contra o seu substituto, no caso a gasolina”, pondera o economista.
Nesse sentido, vale destacar que mesmo com o aumento de mais de 10% para o etanol, na comparação de preços, o biocombustível continua com vantagem sobre a gasolina.
Para saber se vale a pena fazer a troca, é preciso dividir o valor do etanol pelo da gasolina, e o resultado deve ficar abaixo de 0,70. Por exemplo, ao dividir R$ 3,64 (etanol) por R$ 5,66 (gasolina), o resultado é 0,64, portanto, neste caso, a substituição vale a pena.
EXPECTATIVAS
Quanto às expectativas para o segundo semestre, para Matos, vale destacar que Mato Grosso do Sul ainda está entre as unidades da Federação em que o etanol é mais favorável, onde muito se deve às usinas presentes no Estado e ao plantio de cana-de-açúcar . açúcar, que se destaca pela importância econômica na base produtiva do estado.
“As expectativas para os próximos meses são positivas, visto que o clima é favorável ao cultivo da cana-de-açúcar, portanto do ponto de vista produtivo o preço não deve subir nos próximos meses, porém é necessário monitorar outros fatores econômicos, principalmente fatores macroeconômicos e no economia mundial, como a pressão inflacionária, principalmente nos custos de produção”, comenta.
Mikael acrescenta que há expectativas sobre o possível efeito da Medida Provisória nº 1.227, que altera as regras de utilização do crédito do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que afetará diversos setores da economia. .
“A medida levanta preocupações sobre o possível impacto nos custos em toda a cadeia de distribuição de combustíveis. Essas mudanças deverão afetar diversos setores da economia, podendo resultar em aumento de custos dos produtores para os distribuidores e, consequentemente, nos postos de combustíveis e no consumidor final”, avalia Mikael.
COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Ainda no primeiro semestre do ano, a gasolina comum passou do custo médio de R$ 5,33 para R$ 5,66, aumento baseado em dados coletados pela ANP na primeira semana de janeiro e na última semana de junho de 2024, quando ocorreu um aumento de Foi identificado 6,18%, ou aumento de R$ 0,33 em cada litro de combustível fóssil.
Na comparação entre os preços mínimo e máximo, a diferença aumenta ainda mais, com o menor preço do Mato Grosso do Sul passando de R$ 4,95 na semana entre 7 e 13 de janeiro para R$ 5,29 (aumento de R$ 0,34) entre os dias 23 e 29 de junho. Segundo a pesquisa, os preços mais elevados nos mesmos períodos considerados foram respectivamente de R$ 6,74 e R$ 6,89, ou seja, um aumento de R$ 0,15 por litro envasado no semestre.
“Para a gasolina, o aumento significativo ficou por conta do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços]um imposto estadual que subiu em todos os estados a partir de fevereiro, afetando também o preço do óleo diesel e do gás de cozinha”, detalha Mikael.
No mesmo período, o diesel comum tinha preços variando de R$ 5,35 a R$ 7,79 no início do ano, com média de R$ 5,87. Nos últimos dias de junho, o litro de diesel foi encontrado no MS nos valores mínimo e máximo de R$ 5,65 e R$ 7,39, o que resultou em média de R$ 5,89, gerando um aumento percentual de apenas 0,33% ( aumento de R$ 0,02) em seis meses.
Para o diesel da categoria S-10 as oscilações de preços também foram moderadas, onde na primeira semana de janeiro o preço médio de revenda no Estado foi de R$ 5,86, na última semana do mês passado o valor foi de R$ 5,95.
Na comparação do valor mínimo praticado em janeiro com o de junho, o aumento foi de 7,29%, já que o litro mais barato era vendido a R$ 5,35 e passou a ser R$ 5,74. Na outra ponta, os maiores valores pesquisados em Mato Grosso do Sul foram de R$ 7,35 a R$ 7,48 no semestre.
“No caso do diesel, houve um reônus já em janeiro, com a volta das alíquotas federais sobre os combustíveis, que haviam sido zeradas em 2021, e voltaram a ser aplicadas neste ano”, finaliza Mikael.
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