Após ser anunciada como nova ministra dos Direitos Humanos e Cidadania, a deputada estadual mineira Macaé Evaristo (PT) disse nesta segunda-feira (9) que as prioridades de sua gestão são combater a violência sexual contra crianças, garantir os direitos dos idosos e da população em situação de rua.
A nomeação oficial para o cargo deverá ocorrer na próxima semana, mas os trabalhos já começaram hoje com uma primeira visita ao ministério. Macaé Evaristo realizou uma breve reunião para conhecer os secretários, preparar um primeiro diagnóstico da pasta e estabelecer emergências.
“Enfrentar a violência sexual contra crianças, abordar a população em situação de rua, os idosos: este ministério tem políticas que são muito importantes. Precisamos sair desse luto e ir à luta. Há muito trabalho a fazer”, disse Evaristo, em seu primeiro discurso à imprensa após o anúncio.
Até assumir oficialmente a função, Macaé Evaristo alternará entre Brasília e Minas Gerais. Ela está se afastando do cargo de deputada estadual, mas ainda precisa cumprir alguns de seus compromissos. Ela assumirá o ministério após a saída de Silvio Almeida, demitido na última sexta-feira (6) em meio a denúncias de assédio sexual.
Relatórios
O ministro falou sobre o convite recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a necessidade de investigar as acusações contra o ex-ministro.
“A conversa com o presidente Lula foi bastante tranquila. O presidente Lula conhece o meu trabalho e a grande questão dele é que possamos fortalecer as políticas deste ministério, que são muito importantes para a sociedade como um todo. E, em relação às denúncias, é muito importante que os responsáveis façam as investigações necessárias e é isso que estamos encaminhando aqui”, disse.
“Estamos aqui nesta fase de transição, mas podemos realizar todo o procedimento. Penso que é necessário garantir os direitos dos denunciantes, garantir o amplo e pleno direito à defesa. É muito importante garantirmos a privacidade e o sigilo dos fatos, principalmente para aquelas pessoas que serão prejudicadas”.
Macaé Evaristo também comentou as críticas que o departamento recebeu em relação à demora na retomada dos trabalhos de memória e reparação, como é o caso da Comissão Especial de Mortes e Desaparecidos Políticos (CEMDP), retomados no final de agosto.
“Acho que todos têm direito à memória e à verdade. E principalmente o nosso país precisa dar essa resposta, porque se não fizermos isso de forma muito clara e transparente, nunca avançaremos do ponto de vista dos dilemas éticos que temos na sociedade brasileira. O direito à memória e à verdade é o que fortalece a democracia. Temos que nos comprometer. E vamos trabalhar. Não vamos olhar para trás. Vamos esperar.”
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