Vários setores do país aderiram, nesta sexta-feira (23), à mobilização nacional permanente pelo Feminicídio Zero, lançada pelo Ministério da Mulher, em Brasília. O feminicídio é o assassinato de mulheres em situação de violência doméstica ou violência extrema por ódio ao gênero feminino.
Ao aderirem à articulação nacional, os parceiros de ação comprometem-se a agir para erradicar o feminicídio, através da prevenção e do enfrentamento de todas as formas de violência de género contra as mulheres na sua diversidade, de acordo com as suas possibilidades de recursos. , estrutura e público-alvo. Entre as ações estão aquelas integradas ao ambiente de trabalho e campanhas contínuas de conscientização voltadas aos homens.
A Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, sublinhou que toda a sociedade deve envolver-se na mobilização.
“Se o vizinho chama a polícia ao ouvir uma agressão, se o amigo não aceita comportamento agressivo, se a mãe e amigos procuram ajuda e oferecem apoio à mulher em situação de violência, ocorre o feminicídio, que é o grau mais intenso de violência contra mulheres, pode ser evitado”, reforçou Cida Gonçalves.
Futebol x violência
Entre as entidades que firmaram parceria com o ministério estão clubes de futebol: Flamengo, Corinthians, Vasco, Botafogo e Bahia. A Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, explicou a necessidade de estabelecer esse compromisso com as grandes seleções brasileiras. De acordo com um pesquisa realizada em 2022 realizado pelo Fórum de Segurança Pública em parceria com o Instituto Avon, em dias de jogos de futebol no país, as lesões corporais intencionais contra mulheres são 23,7% maiores do que em dias sem jogos. E quando o jogo do time acontece na própria cidade-sede, o aumento estimado nos casos de lesões corporais é de 25,9%.
“Considero o futebol um ambiente extremamente importante para dialogarmos, principalmente com os homens que devem ser nossos aliados nesta causa, sem eles não conseguiremos superar índices tão negativos”, pontuou o ministro.
Poder público
Durante o evento, órgãos do poder executivo federal também assinaram a carta de compromisso pelo feminicídio zero do Ministério da Mulher, como os ministérios de Gestão e Inovação nos Serviços Públicos, dos Povos Indígenas e da Cultura e da Igualdade Racial. Em sua fala, a ministra Esther Dweck, de Gestão e Inovação, enfatizou a importância do apoio da sociedade no combate ao feminicídio. “O governo pode tentar fazer de tudo, mas as mudanças não serão possíveis se a sociedade não se conscientizar, pois é um grave problema social no Brasil. É impossível aceitar os altos índices de feminicídio no país.”
A secretária-executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio, destacou que a maior incidência de feminicídio em 2023 foi contra mulheres negras (63,6%). “Que a mobilização não seja uma palavra vazia e conte, de forma profunda, com o esforço de todos os atores. Transformar uma sociedade ainda profundamente misógina para mobilizar o compromisso com o feminicídio zero não é uma luta das mulheres, mas de toda a sociedade, pois entendemos quão profundas são as raízes desta violência.”
A ministra da Cultura, Margareth Menezes diz acreditar que as campanhas funcionam para mobilizar a sociedade. “Precisamos combater [o feminicídio] no Brasil com esta mobilização nacional, mostrando a verdadeira força do povo brasileiro. Como mulher negra, conheço o significado dessas adesões e a urgência de abraçar essa mensagem em todo o Brasil.”
A Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, reforçou que a violência contra a mulher não deve ser vista como cultural. “Muitos ainda argumentam que faz parte da cultura matar, estuprar e estuprar mulheres. As estruturas jurídicas ainda não estão preparadas para receber denúncias, para ouvir essas mulheres.”
Sonia Guajajara explicou ainda que existem 274 línguas indígenas faladas no Brasil e que as mulheres indígenas que denunciam a violência sofrida não são compreendidas. Por isso, o ministro cobrou medidas do Estado brasileiro para atender os povos indígenas. “Faz parte de toda essa mobilização também que o Estado brasileiro entenda e garanta o acesso a todas as mulheres indígenas para que elas possam, de fato, falar, porque elas têm que ser compreendidas.”
A senadora Leila Barros (PDT-DF) pediu um minuto de silêncio pela 12ª vítima de feminicídio no Distrito Federal, somente neste ano. Na terça-feira (20), Juliana Barboza morreu aos 34 anos, após ser atropelada três vezes por um carro dirigido pelo ex-namorado. A mãe da vítima e a filha de cinco anos também foram atropeladas e permanecem internadas. A Ministra Cida também manifestou sua solidariedade aos familiares e amigos de Juliana e a todas as mulheres que sofrem violência no país neste momento.
Agosto Lilás
A articulação nacional é uma das estratégias do chamado Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização sobre o fim da violência contra a mulher e ao aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada há 18 anos.
No dia 7 de agosto, data de aniversário da legislação criada para coibir atos de violência doméstica contra mulheres e punir agressores, o Ministério da Mulher lançou, em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, a campanha Feminicídio Zero – Nenhuma violência contra as mulheres deve ser tolerada.
Violência em números
Em 2023, 1.467 mulheres foram mortas apenas por serem mulheres – 90% dos crimes foram cometidos por homens. Os dados são da 18ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho. A cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio, 63% delas negras. Outros dados indicam que três em cada dez mulheres brasileiras foram vítimas de violência doméstica. A cada seis minutos uma menina ou mulher sofre violência sexual; e, a cada 24 horas, são denunciados 113 casos de assédio sexual no país.
qual a melhor taxa de juros para emprestimo
desbloquear inss para emprestimo
empréstimo aposentado itaú
sim empréstimo contato
refinanciamento de empréstimo pessoal
siape mg
quitar emprestimo consignado caixa
quantos anos existe o whatsapp