A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta pelo Brasil no G20, “é a consagração” do princípio de que, para combater a fome e a pobreza em seus territórios, os países precisam ter programas sociais abrangentes. A explicação é do secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Mauricio Lyrio.
Segundo o embaixador, reconhece-se que os programas sociais mais eficientes envolvem programas de transferência condicionada de rendimentos, apoio à agricultura familiar, merenda escolar, cadastro único e bancos de leite materno, entre outros.
“Depois de duas décadas e meia, talvez um pouco mais, de implementação, agora temos o endosso internacional de instituições como a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura]e o Banco Mundial que dizem: estes são os programas que funcionam. Assim, pela primeira vez, acumulámos conhecimento do que é eficaz no combate à fome no mundo porque alguns países tiveram experiências muito positivas”, disse numa apresentação à imprensa sobre a reunião da Task Force do G20 para o estabelecimento da aliança.
O Brasil é o presidente do G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo, além de representantes da União Europeia e da União Africana, e organiza quatro reuniões ministeriais na próxima semana. A primeira, que tratará de desenvolvimento, será nas próximas segunda e terça-feira (22 e 23). Na quarta (24), acontecerá a reunião ministerial da força-tarefa contra a fome e, na quinta e na sexta (25 e 26), acontecerá a reunião de ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais. realizada no Rio de Janeiro. O quarto encontro acontece em Fortaleza, também na quinta e sexta-feira, e tratará de trabalho e emprego.
Este será o pré-lançamento da força-tarefa e contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina. Bangladesh não faz parte do G20, mas, assim como o Brasil, possui programas sociais abrangentes que contribuem para o combate à pobreza. Segundo Mauricio Lyrio, os dois países têm em comum programas que colocam a mulher como componente central, como o Bolsa Família, no Brasil, e o programa de microcrédito, em Bangladesh.
“Estes países conseguiram reduzir significativamente a pobreza e a fome com programas que se revelaram mais eficazes porque se centraram nas mulheres. O Banco Mundial já provou isso”, disse ela.
Antecedendo o evento do dia 24, a FAO lançará o relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo (SOFI), seu mapa da fome. No último, referente a 2022, estimou-se que a fome afectava em média 735 milhões de pessoas, mais 122 milhões do que em 2019, antes da pandemia de covid-19.
Triangulação de esforços
O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty explicou que a força-tarefa propõe uma triangulação de esforços entre os países interessados e vai além do G20, com adesão aberta a todos. Na reunião da próxima semana serão formalizados os documentos que criam a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e aberta a adesão. O lançamento oficial acontecerá em novembro, na Cúpula do G20.
“Os países enquadram-se como doadores de recursos financeiros, os países enquadram-se obviamente como beneficiários, e a maioria dos beneficiários pode estar fora do G20 porque a fome é mais prevalente não nas maiores economias, mas nos países mais pobres; e cabe aos países que realizaram programas sociais de sucesso, como Brasil, México, Bangladesh, Índia, China e muitos outros, que poderão prestar cooperação técnica aos países beneficiários”, disse Mauricio Lyrio.
Destacou que o grupo de trabalho, indirectamente, deve criar as bases para o desenvolvimento sustentável dos países mais pobres. “No programa de merenda escolar, que é um programa brasileiro, 30% das compras feitas para alimentação escolar pública têm que vir da agricultura familiar. Isto representa um enorme impulso para a agricultura familiar, que é um dos factores de redução da pobreza nas zonas rurais, por exemplo, e de construção das bases para o desenvolvimento a longo prazo.”
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é uma das forças-tarefa propostas pelo Brasil na presidência do G20, juntamente com ações contra as mudanças climáticas e uma iniciativa para estimular a bioeconomia. A presidência brasileira do grupo tem três prioridades: inclusão social e combate à desigualdade, à fome e à pobreza; combater as alterações climáticas e promover o desenvolvimento sustentável nas suas dimensões económica, social e ambiental; e defesa da reforma das instituições de governação global que reflita a geopolítica do presente.
Desde dezembro do ano passado e até 23 de novembro, o Brasil coordenou a organização de mais de 100 reuniões oficiais em diversas cidades do país, que incluem cerca de 20 reuniões ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos. O destaque será a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.
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