Novos autores negros com romances inéditos ainda podem participar do Prêmio Pallas de Literatura 2024, cujas inscrições foram prorrogadas até as 15h do dia 5 de julho. O resultado será divulgado em setembro, e o livro será publicado em 2025, quando a editora completará meio século de atividade.
“Ter um livro publicado por uma grande editora não é fácil, principalmente no que diz respeito ao Brasil. Então, é uma oportunidade muito legal”, disse ele nesta terça-feira ao Agência Brasil o curador do prêmio, Henrique Rodrigues.
A iniciativa visa descobrir novos autores negros e oferecer-lhes a primeira oportunidade de publicar um romance no país, na mesma editora de nomes consagrados, como Conceição Evaristo, Nei Lopes, Eliana Alves Cruz, Ondjaki, Teresa Cárdenas, Raul Lody , Cidinha da Silva, Joel Rufino dos Santos e Clarice Fortunato, entre outros.
Critério
A premiação tem critérios para participação de escritores interessados. O candidato não poderá ter nenhum romance publicado, tendo em vista que o prêmio é destinado a autores inéditos nesta categoria literária. “Tem que ser o primeiro romance daquela pessoa”, destacou o curador. O romance a ser inscrito deverá ter entre 120 mil e 500 mil caracteres, com espaços, e estar em formato PDF.
“Recomendamos que as pessoas leiam o aviso com atenção para evitar que seus trabalhos sejam invalidados.”
Podem se inscrever brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil e autodeclarados negros (pretos e pardos, conforme definição do Estatuto da Igualdade Racial), com 18 anos ou mais. Os originais deverão ser anexados ao formulário disponível no site site .
O registro é anônimo. A pessoa não deverá identificar-se de forma alguma, de forma a garantir que a avaliação do júri se baseia exclusivamente na qualidade literária da obra. “Não pode ter nome algum. É apenas o título do livro e o texto.”
Para a curadora, esse modelo torna o prêmio muito democrático e acessível, pois “quem vai avaliar não sabe quem o escreveu, se é homem, mulher, trans, queer, se é jovem, se é velho. É um modelo muito democrático porque o critério de avaliação é a qualidade do texto”. O tema é gratuito. Não precisa necessariamente estar ligado a questões de identidade negra.
Além de ter seu livro publicado pela Pallas Editora, o vencedor do concurso receberá royalties quando o livro for vendido, como acontece com autores profissionais. “Ele será colocado no cenário literário e tratado como normalmente são os outros escritores”, indicou Rodrigues.
Mentoria
O vencedor também terá mentoria do escritor Henrique Rodrigues, curador do concurso. “Nesse formato de premiação, os ganhadores, em geral, chegam muito crus em relação a como funciona o cenário literário, como é a participação em eventos, se vale a pena ter um agente literário, dicas de como se promover nas redes sociais meios de comunicação. social. Há uma série de informações que são importantes para que essa pessoa se posicione no cenário literário brasileiro”, disse.
Para Mariana Warth, que trabalha há 23 anos na editora criada pelo avô, Antonio Carlos Fernandes, com outros sócios, comemorar 50 anos é comemorar a “consolidação do trabalho de recuperação do conhecimento afro-brasileiro e afrodescendente e a visibilidade de autores, pesquisadores e ilustradores que trabalham com esta temática, valorizando a contribuição dos africanos que aqui chegaram e construíram este país e que estão sub-representados nos espaços de poder e produção intelectual”.
Desde 2003, a Pallas é dirigida pela mãe de Mariana, Cristina Fernandes Warth. Ela destacou que o prêmio traz frescor e mobiliza autores e leitores. “E é também uma forma de assinalar novos projetos. Afinal, 50 anos marcam tradição, mas também vanguarda no trabalho de discussão do conhecimento africano e afro-brasileiro em diferentes campos da cultura e do conhecimento”, destacou Cristina.
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