Um Grande nome da moda, o belga Dries Van Noten, despediu-se das passarelasneste sábado (22), com sua última coleção masculina em Paris.
Dries Van Noten apresentou seu show em um hangar industrial em La Courneuve, bairro da periferia da capital francesa.
Centenas de pessoas vieram assistir desfile especial, que revisitou quase quatro décadas de criação do “mestre flamengo da moda”.
Foi o 150º desfile do estilista, que se destacou ao longo de sua carreira pelos ternos de corte impecável, pela audaciosa escolha de materiais e por seu universo poético próprio.
Para esta ocasião, Van Noten apresentou tops de organza, silhuetas quase flutuantes e transparências.
Seu último modelo desta coleção primavera-verão 2025 foi um homem todo vestido de dourado, com um longo casaco preto até os pés.
“Ainda não percebi, estou simplesmente feliz”, disse o estilista à imprensa após o desfile.
“É um momento emocionante, o começo do fim para um ícone”, explicou Jakub Szczepaniak, diretor da loja Aera+001 em Toronto, à AFP. “Como comprador, espero que nada mude”, acrescentou.
A marca Dries Van Noten, sinônimo de sofisticação no mundo da moda, continuará sem o mestre, que decidiu se aposentar aos 66 anos.
“Ainda tinha coisas a provar, queria terminar com um empurrão”, disse Van Noten emocionado, após os aplausos.
O mundo da moda foi surpreendido com esta decisão de uma marca com bons resultados, tanto na divisão de moda, como em perfumes e acessórios.
A marca Dries Van Noten continuará a operar em Antuérpia, onde o designer a fundou. A casa espanhola Puig, que adquiriu participação majoritária na marca em 2018, concorda.
Dries Van Noten apresentou sua primeira coleção em 1986, em Londres, como parte do grupo conhecido como “The Antwerp Six” (junto com Dirk Bikkembergs, Ann Demeulemeester, Dirk Van Saene, Walter Van Beirendonck e Marina Yee).
O grupo marcou uma fase diferente no mundo da moda, com influências vanguardistas.
As penas de Loewe e o frescor de Hermès
No penúltimo dia da Semana de Moda Masculina, a Hermès resolveu dar uma reviravolta e apresentar uma coleção fresquinha, em algodão, linho, em tons de branco, azul marinho e com pouco couro no Palácio Iéna, em Paris.
Calça com corte na altura do tornozelo, deixando visíveis as sandálias estilo pescador. Destaque para o colete sem mangas em tom marfim, com bolsos grandes.
As sandálias, assim como outro colete sem mangas estilo bomber e as enormes malas de viagem foram os poucos vestígios de couro desta coleção, apesar de serem o diferencial da casa.
Para as noites ao ar livre, ternos cruzados com gola de linho e lã, ou jaquetas curtas com estampas florais.
A marca espanhola Loewe apresentou penas numa coleção bastante requintada, em que bastaram alguns detalhes para o designer Jonathan Anderson trazer de volta peças clássicas do vestuário masculino.
Exemplos: a jaqueta preta de motociclista, com seu característico zíper diagonal para manter o usuário aquecido, deixa o pescoço descoberto.
A camiseta sem mangas se apresenta como uma delicada capa de escamas douradas, combinadas com penas douradas de pássaros, com as quais muitas modelos desfilaram, escondendo o rosto.
Entre as muitas celebridades presentes no desfile estava o cineasta espanhol Pedro Almodóvar.
“Acho que não há roupas para mim, mas adorei”, disse Almodóvar à AFP com um sorriso no final do desfile.
“Para mim, vir aqui é como assistir a um espetáculo, ir ao cinema, à ópera, ao teatro: cada personagem tem que estar vestido de uma forma diferente, desta forma são contadas muitas emoções”, acrescentou.
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