Rock In Rio: 214 celulares foram furtados nos dois primeiros dias do festival

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Neste domingo (22), o Rock in Rio está em seu sétimo e último dia e, até o momento, o evento já teve pelo menos 214 roubos de celulares dentro da Cidade do Rock, mas o número pode ser ainda maior —considerado como correspondendo apenas a os dois primeiros dias da edição (ainda faltam mais cinco para contar).

Em levantamento da Secretaria de Defesa do Consumidor em conjunto com a Polícia Civil, que prestava atendimento na área interna, no primeiro dia foram constatados 41 furtos de celulares. No segundo dia, 78 foram inscritos remotamente e 95 no próprio festival. O saldo com o total de sete dias ainda não foi divulgado pela Polícia Civil.

No primeiro final de semana, Leonardo Augusto Garcez, 34 anos, aproveitava seu segundo dia de festival quando, durante show da banda Incubus, no Palco Sunset, foi empurrado por outras pessoas e teve o short puxado.

— Quando consegui me equilibrar e colocar a mão no bolso, vi que haviam levado meu celular. E meu bolso tem zíper! Eu vim com esses shorts só por segurança e não ajudou.

O gerente de vendas veio de São Paulo para aproveitar o sábado e domingo do festival e ainda pretendia voltar outro dia. Ele já havia participado de outras edições, mas é a primeira vez que não fica satisfeito.

— Na entrada eles não estão revistando. Eu mesmo entrei com uma mochila, enrolei sarongue e outros itens. Eles não olharam nem usaram detector de metais na minha mochila ou nos meus amigos. Se eu tivesse uma arma ou uma faca no meio da canga, por exemplo, eles só saberiam se eu fizesse alguma coisa com alguém lá dentro. E aparentemente tem muita gente que também foi prejudicada — lamenta o paulistano que só conseguiu registrar o furto com o endereço da mãe, que mora no Rio.

Outros dois jovens que não quiseram se identificar também foram roubados nos primeiros dias. A estudante de fisioterapia, de 21 anos, afirma que também foi empurrada enquanto caminhava de um palco para outro.

O outro menino, de 26 anos, teve que ser encaminhado para outro setor por não ser morador do Rio de Janeiro. Ele participava de uma roda punk quando sentiu sua pochete sendo puxada com seus pertences dentro.

Embora ainda não tenhamos os números desta semana, contabilizamos os roubos de celulares no segundo final de semana. No caminho do show de Katy Parry para a apresentação de Xuxa, o criador de conteúdo digital Marcelo Rocha, 26, só percebeu que havia sido assaltado quando sacou o celular para registrar o momento.

— Até senti que tinha levado uma pancada, mas achei que era uma situação comum. Quando vi minha pochete ela estava aberta e meu celular havia sumido. É uma situação muito chata porque a gente chega para se divertir e isso acontece. E ainda trabalho com celular — lamenta.

Os dados coletados pelos órgãos competentes serão encaminhados aos organizadores do evento para apurar se os consumidores foram prejudicados por falta de segurança na área interna. Se for por falta de fiscalização de segurança no Rock in Rio, os danos deverão ser reparados.

Segundo a Polícia Civil, este ano a unidade policial montou um esquema especial para os dias do evento. Uma projeção da delegacia da Barra da Tijuca foi instalada na Cidade do Rock e agentes trabalharam para dar acolhimento especializado a pessoas em situação de vulnerabilidade.

“A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) operou um esquema especial durante os sete dias de Rock in Rio. No total, foram mobilizados 1.675 agentes, sendo 714 exclusivamente dentro do evento — um aumento de 30% em relação à edição anterior. Na Cidade do Rock foi instalada uma projeção do 16º DP (Barra da Tijuca) para atender incidentes que possam ocorrer”, declara a Polícia Civil.

Segundo a instituição, os agentes atuaram em sete postos de atendimento no evento, onde foram disponibilizados tablets para registro online das ocorrências.