O canal russo TNT anunciou nesta terça-feira uma nova série de comédia que terá o presidente americano Joe Biden como personagem principal.
A história, com fortes tons de humor russo e soviético, e que de certa forma ridiculariza Biden e as sanções aplicadas pelos EUA contra a Rússia, faz parte de uma numerosa linha de produções culturais que refletem visões do Kremlin sob Vladimir Putin.
Em “Goodbye” (“Adeus”), Joe Biden viaja incógnito para a Rússia para tentar descobrir, por conta própria, por que as sanções não estão derrubando a economia local —após previsões sombrias no início da guerra, de quedas de até 10% do PIB, não concretizado, hoje o Fundo Monetário Internacional prevê expansão de 3,2% em 2024.
Em nota à imprensa, a TV, alinhada ao Kremlin, afirma que o Biden da série quer “submergir em nossa [russa] realidade” e “compreender a alma russa”.
Mas o líder norte-americano não tem tempo para tirar conclusões: perde o passaporte no primeiro dia da viagem e, em vez de ser resgatado por agentes da Casa Branca, é esquecido na Rússia, obrigado a dar aulas de inglês e a viver num complexo habitacional. nos tempos soviéticos, enquanto poupava dinheiro para regressar aos EUA.
No lugar do presidente, um aposentado russo, que guarda muitas semelhanças com o democrata, foi levado pelo Serviço Secreto a bordo do Air Force One com destino a Washington. Para encontrar o caminho de casa, afirma o roteiro, Biden contará com a ajuda de um “verdadeiro patriota russo”.
— Posso garantir com certeza que será uma história muito gentil, vital e engraçada — disse o ator que interpretará Biden na série, Dmitry Dyujev. O ator está na lista de sanções da Ucrânia e do Canadá.
O uso político do cinema e da televisão não é algo novo na Rússia, nem é monopólio de Moscovo, mas após o início da guerra na Ucrânia, o Kremlin intensificou os seus contactos com estúdios locais, pressionando por produções que expressam as opiniões de Putin.
Em março, a série “Take Her Through the Maidan” provocou protestos por mostrar, segundo Kiev, uma versão pró-Moscou dos protestos na Praça da Independência da capital ucraniana em 2013 e 2014, muitas vezes chamados por Putin de “golpe de Estado”. O movimento, que deixou dezenas de mortos, levou à queda do presidente pró-Rússia, Viktor Yanukovych, que agora está abrigado em solo russo.
Apesar dos protestos do governo ucraniano, a produção foi uma das mais assistidas na Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e na região de Ivano-Frankivsk, no oeste do país, segundo dados da plataforma Google Trends.
Em “Adeus”, que estreia no próximo ano, é evidente a intenção de mostrar um Biden incapaz de continuar a liderar a Casa Branca, algo veiculado também pela imprensa russa, e de apresentar o Serviço Secreto dos EUA como um órgão incompetente.
Segundo reportagem do portal russo Meduza (proibido na Rússia), o Kremlin destinou um orçamento generoso à criação de produções culturais que reflitam as opiniões do atual governo russo, de preferência de forma velada.
Os contactos foram mais intensos nos meses que antecederam as eleições presidenciais de Março, vencidas por Putin com quase 90% dos votos. E os produtores, em busca do orçamento praticamente infinito para publicidade oficial, correm para se adaptar.
— Eles analisam quais projetos foram lançados e o que podem manter para justificar suas despesas. É como: “Olha, estamos fazendo um trabalho ideológico, trabalhando para o bem do país, gastando dinheiro com sabedoria” – disse uma fonte da indústria cinematográfica russa à Meduza. – Eles estão tentando reforçar suas próprias atividades com esses apoios ideológicos.
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