Quem é Zé Vaqueiro, ícone do piseiro envolvido em acidente de carro um mês após morte do filho

O cantor Zé Vaqueiro sofreu um acidente nesta sexta-feira enquanto se dirigia para um show na Paraíba. Um dos nomes da nova geração de piseiro, o artista de 25 anos classificou ter saído deste episódio, em que o veículo em que se encontrava atingiu animais que atravessavam a estrada, sem ferimentos, como um “livramento”. O caso ocorreu pouco mais de um mês depois que o músico perdeu o filho mais novo, de 11 meses.

O bebê Arthur foi diagnosticado com uma malformação congênita resultante da síndrome da trissomia 13, também chamada de síndrome de Patau. Esta doença genética causa problemas de malformação na face, membros, sistema nervoso, cardíaco e urinário. O filho do cantor morreu em 9 de julho.

“Deus sabe de todas as coisas e decidiu que era hora do nosso Arthur se juntar a Ele e descansar. Agradecemos do fundo do coração pelo carinho e pelas orações que nosso menino recebeu enquanto esteve entre nós. Ingra e José Jacson”, diz um comunicado do artista.

O filho do cantor ficou internado na UTI de um hospital de Fortaleza (CE) até os nove meses de idade, teve alta, mas voltou ao hospital após uma parada cardíaca. O casal tem outros dois filhos, Daniel, 3, e Nicolly, 13.

Natural de Ouricuri, em Pernambuco, José Jacson de Siqueira dos Santos Junior tem uma relação com a música que vem desde o nascimento. Sua mãe, Nara de Sá, era cantora de forró no sertão pernambucano e entrou em trabalho de parto durante um show. Ainda adolescente, a agora artista começou a cantar em algumas apresentações com a matriarca.

Antes de investir na carreira artística, porém, Zé Vaqueiro trabalhou como vendedor de sorvetes, na lanchonete da avó e como ajudante de lava-rápido. Lança música profissionalmente desde 2019 e conta com sucessos como “Tenho medo”, “Letícia”, “Cangote” e “Volta meu bb”.

Ao mesmo tempo em que garantia seu sustento com outras ocupações, Zé Vaqueiro cresceu fazendo shows em bares e festas, mas nada perto da dimensão do que começou a enfrentar após ver seu trabalho espalhado pela internet em meio ao distanciamento social da pandemia de Covid-19. O cantor é hoje conhecido como um ícone regional e “estourou a bolha” para levar o som do piseiro a outros cantos do país.

Entenda o que é a Síndrome de Patau

É uma doença genética, causada pela repetição do cromossomo 13 com uma cópia a mais (o normal seriam duas, nessa condição são três), que interfere diretamente no desenvolvimento do feto, resultando em problemas no sistema nervoso, defeitos cardíacos e formação de fissuras no lábio e no céu da boca. A primeira descrição da síndrome foi feita na década de 1960, pelo geneticista Klaus Patau.

Quais são os sintomas da Síndrome de Patau?

Segundo especialistas, é mais comum ocorrer em bebês de gestantes com mais de 35 anos. A detecção pode ser feita durante o pré-natal ou após o nascimento. No Brasil, alguns testes estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns dos sintomas mais comuns entre os pacientes são:

Crises convulsivas;

Anomalias do sistema cardiovascular;

Malformação renal;

Fraqueza muscular;

Orelhas deformadas resultando em surdez (parcial ou total);

Olhos distantes ou ausentes;

Pescoço curto;

Mãos com sexto dedo ou dedos sobrepostos;

Microcefalia (redução da formação de cabeça);

Micrognatia (redução da formação do queixo);

Nos meninos, podem ocorrer alterações nos testículos e, nas meninas, no útero e nos ovários.

Além disso, existem aquelas que aparecem nas fases de desenvolvimento da criança, como:

Deficiência intelectual;

Problemas na comunicação;

Problemas cognitivos.

Qual é o tratamento para a Síndrome de Patau?

Não existe tratamento fixo para a Síndrome de Patau, mas o bebê deve passar por acompanhamento médico pelo resto da vida. As complicações de quatro podem ser tratáveis. Os bebês que sobrevivem aos primeiros dias após o nascimento são cuidados de acordo com os sintomas.