Bienal do Livro de SP terá Felipe Neto, Padre Júlio Lancellotti, ocupação colombiana e cashback

“Quem lê faz grandes amigos.” Esse é o lema da 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre os dias 6 e 15 de setembro, no Bairro Anhembi, Zona Norte da capital paulista. A programação completa já está no site da Bienal. Estão confirmados mais de 700 autores: 683 nacionais e 33 estrangeiros.

Por onde passarão nomes como Itamar Vieira Junior, Aguinaldo Silva (autor de novelas como “Senhora do Destino”), Felipe Neto, o cantor gospel Kleber Lucas, Bela Gil, Stênio Gardel, Maria Adelaide Amaral, Viih Tube e Padre Júlio Lancellotti Anhembi. Entre as atrações internacionais estão o coreano Hwang Bo-Reum (autor de “Welcome to the Hyunam-dong Bookstore”, fenômeno chamado de “ficção de cura”), Jeff Kinney (“Diário de um Banana”), Hannah Nicole Maehrer (“Villain’s Assistant”) e a best-seller holandesa Elma van Vliet, criadora da coleção de livros interativos “Tesouros de Família”.

Na coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (8), Diana Passy, ​​curadora da Arena Cultural, principal espaço de debates da Bienal, destacou que a programação reflete a força do TikTok na promoção da literatura, principalmente entre os jovens.

— Os influenciadores incentivaram os mais diversos tipos de livros. Os jovens descobrem uma influenciadora que gosta dos mesmos livros que eles e passa a confiar nas suas recomendações. Isso é fundamental para o mercado — disse ela. — Teremos vários influenciadores como mediadores das conversas da Arena Cultural.

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A 27ª edição da Bienal ocupará 75 mil m² (aumento de 15% em relação a 2022), dos quais 17.267 m² serão ocupados por estandes de editoras (aumento de 45,2%). Este ano, 227 expositores já confirmaram presença, um aumento de 40%, informou o presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL) Sevani Matos. A CBL realiza o evento em parceria com a RX.

A Bienal oferecerá mais de 2 mil horas de programação cultural e 13 espaços para debates: Arena Cultural Paper Excellence, Cozinhando com Palavras, Espaço Infância, Salão de Ideias Banco CAF, Praça da Palavra e Praça de Histórias (Bibliosesc), Espaço Cordel e Repente (que homenageará o recém-falecido xilógrafo J.Borges), Papo de Mercado MVB, Espaço Educação, Auditório Edições Sesc São Paulo, Auditório Ziraldo, Espaço de Autografias by Suzano, Arena de Entrevistas Skeelo (que produzirá entrevista podcast com autores) e Espaço Prêmio Jabuti. Os curadores de cada espaço também foram anunciados na coletiva de imprensa desta quinta-feira.

Em todos os espaços, haverá homenagens ao escritor e cartunista Ziraldo, pai do Menino Maluquinho, falecido em abril. Também está prevista uma mesa com autores que presenciaram as enchentes no Rio Grande do Sul.

— Os livros não são apenas companheiros fiéis, mas um amplo universo literário que tem o poder de aproximar os leitores, abrangendo todas as pessoas, independentemente de sexo, idade e origem. E a Bienal do Livro de São Paulo reflete isso com uma programação totalmente focada na diversidade e na pluralidade — disse Sevani Matos.

Ocupação colombiana

Cada edição da Bienal do Livro de São Paulo tem um país homenageado: este ano será a Colômbia, que ocupará uma área de 300 m² no Anhembi.

Estarão presentes 17 autores colombianos, como Margarita García Robayo, Erna von der Walde, Dipacho, Gilmer Mesa e Andrea Cote, além de acadêmicos como Maritza Naforo e grupos musicais como Cimarrón e Gheto Kumbé, do Caribe colombiano.

Site da Bienal de São Paulo – Foto: reprodução

A homenagem ao país coincide com o centenário do romance “La vorágine” de José Eustasio Rivera, um dos mais importantes romances colombianos, que se passa em três regiões diferentes do país durante o ciclo da borracha. Segundo o embaixador colombiano Guillermo Rivera, “parte da programação acadêmica e cultural terá como foco explorar a estética e os temas deste romance que, há um século, denunciou as atrocidades do genocídio da borracha na Amazônia”.

O programa também deverá reforçar a agenda compartilhada entre Brasil e Colômbia, como a proteção da floresta amazônica, a defesa dos povos indígenas e as ações de combate às mudanças climáticas.

Negócios

Mais uma vez, a 5ª Jornada Profissional acontecerá durante a Bienal, nos dias 4 e 5 de setembro, que tem como objetivo incentivar negócios entre editores brasileiros e estrangeiros. Participarão da Jornada 62 empresas de países como Brasil, Colômbia, Argentina, Itália, Turquia, Peru, Espanha, Chile e Canadá.

A Jornada é organizada pelas Editoras Brasileiras (da CBL) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Dinheiro de volta

Os ingressos já estão à venda em Site da Bienal. As inscrições custam R$ 35 (inteira) e R$ 17,50 (meia) e têm cashback de R$ 15 e R$ 10. O valor devolvido deverá ser utilizado na compra de livros durante o evento. A ação só é válida para quem adquirir ingressos até o dia 09/05.

Sevani Matos, presidente da CBL, destacou que cerca de 60% dos visitantes da Bienal têm entrada gratuita (garantida a menores de 12 anos, idosos, professores, jovens em visita escolar, profissionais do livro, pessoas com deficiência física e credenciais do Sesc ).

Ela espera que o público deste ano supere o de 2022, que foi de 660 mil pessoas. Ônibus gratuitos circularão entre a estação Portuguesa-Tietê do metrô e o Anhembi.

O evento é patrocinado por Itaú, AON, Colgate, Grupo Tecnoset, BIC, Suzano, MVB, Paper Excellence, Faber-Castell, Skeelo, Sylvamo, CCR, Open Text, Grupo Syn e CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina).

O investimento realizado na 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo foi de R$ 36,5 milhões.