“O primeiro instrumento é a voz. O melhor é o corpo”, essa foi uma das máximas de Juvenal de Holanda Vasconcelos, que hoje (2) completaria 80 anos de vida.
O pernambucano Naná Vasconcelos fez de seu corpo – e de praticamente tudo ao seu redor – um intermediário entre nossos ouvidos e os sons do mundo, deixando um poderoso legado para a música brasileira e mundial.
Em conversa com o Folha PernambucanaA viúva de Naná, Patrícia Vasconcelos, comentou a importância da obra e do acervo que ele deixou e as homenagens que o músico vem recebendo pela passagem do aniversário.
Vida e coleção
Patrícia e Naná foram casadas por 17 anos, até seu falecimento, em 9 de março de 2016. Atualmente, ela administra a obra e o acervo físico deixado por Naná, que não é pequeno.
“Tem instrumentos dele aqui no Recife, alguns em Nova York, e o tímpano que ele usou no Carnaval está em São Paulo. Há também os figurinos que ele usou em cada ano de inauguração”, diz Patrícia, que também reúne registros, fotos, vídeos, livros e outros elementos relacionados a Naná.
Eleito oito vezes o melhor percussionista do mundo pela revista especializada Down Beat e vencedor de oito prêmios Grammy, Naná tocou com importantes nomes do jazz e da música mundial, como Miles Davis, Don Cherry, Pat Metheny, Gato Barbieri, entre outros.
Ao mesmo tempo, foi a brasileira Naná quem, durante 15 anos, liderou a abertura do Carnaval do Recife, no Marco Zero, conseguindo reunir diversas nações do maracatu para tocarem juntas.
“O legado de Naná é imenso. Foi ele quem introduziu o berimbau no jazz. Ele globalizou e fez música em todo o mundo. Para entender a música de Naná é preciso entender além disso o maracatus, que é apenas uma célula”, considera Patrícia.
Homenagens
Ao completar 80 anos, Naná recebeu e continua recebendo homenagens. No final do ano passado, foi criado um megamural com sua imagem na fachada do Edifício Guiomar, no centro do Recife, da artista Micaela Almeida.
Desde o dia 17 de julho, o Itaú Cultural em SP recebe a Ocupação Naná Vasconcelos, que faz um tour pela sua trajetória artística. Na primeira semana, apresentações de quatro mulheres reverenciaram o trabalho de Naná: Badi Assad, Lan Lanh, Silvanny Sivuca e Anelis Assumpção.
Nos dias 20 e 21 de julho, o Sesc Pompeia apresentou o espetáculo “Amém & Amem – 80 anos de Naná Vasconcelos”, com Virgínia Rodrigues, Marivaldo dos Santos, Lucas do Prazeres e Zé Manoel.
“Todas as homenagens prestadas à Naná são muito importantes. Quando uma ação é realizada em homenagem a ele, as inspirações surgem novamente. Parece que as pessoas precisam desses estímulos”, afirma Patrícia.
Naná também é homenageada do festival pernambucano Meu País, promovido pelo Governo do Estado. Em cada cidade por onde passa, o festival abre com o espetáculo homônimo, dirigido pelo percussionista Jam da Silva e pela coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo, fazendo um passeio por parte da obra original de Naná. De hoje até domingo (4), o evento é em Pesqueira. Patrícia estará presente.
Desejos futuros
Pela vastidão do trabalho de Naná, Patrícia acredita que outras ações e homenagens são essenciais. Além de catalogar os instrumentos, que deve começar em breve, com recursos de uma emenda destinada pelo deputado estadual João Paulo, revela alguns desejos futuros: uma biografia e um filme sobre o músico.
A Casa Naná, cuja ideia inicial era funcionar na residência do casal, no bairro Rosarinho, também está na mira de Patrícia, que está em diálogo com a Prefeitura do Recife para definir o local e o espaço.
Em breve, Patrícia adianta que será publicada uma fotobiografia de Naná Vasconcelos, que está a ser organizada pelo investigador Augusto Lins Soares, responsável pelo mesmo produto dedicado a Sónia Braga.
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