Eli Ferreira, a professora Lu de “Renascer”, quer focar na relevância da educação com personagem

Eli Ferreira sentiu o alcance massivo da televisão aberta. Por isso, ao entrar em cena como Professora Lu, de “Renascer”, a atriz vê o trabalho como muito mais do que um simples entretenimento. Eli aproveitou sua exposição na TV para provocar debates sobre educação no Brasil. Ela ainda tem um apego especial a cada cena que acontece na sala de aula.

“Essas são as sequências que mais gosto. Lu representa uma classe desvalorizada e desmotivada neste país, e não só por quem está no poder, mas pela própria sociedade. Gosto muito quando o Bruno, através das falas da Lu, traz à tona a importância da leitura, da compreensão do que se lê e do que se escreve, sobre a educação infantil, mas também sobre a importância da educação e alfabetização de adultos”, explica.

Obstinada e dedicada à missão de educar, a personagem de “Renascer” é professora da escola da fazenda de José Inocêncio, interpretado por Marcos Palmeira. Paciente e gentil, chegou à região e logo conquistou todos ao seu redor, principalmente João Pedro, de Juan Paiva, de quem se tornaria uma grande amiga.

“Fiquei muito feliz em reencontrar o diretor Gustavo Fernandez. Ele me dirigiu em ‘Órfãos da Terra’. Foi uma novela linda e adoro ter feito parte dela e ajudar a contar essa história”, valoriza.

Aos 33 anos, Eli não acompanhou a primeira versão de “Renascer”, que foi ao ar em 1993. Mesmo sem saber muito sobre a obra de Benedito Ruy Barbosa, a atriz optou por não se informar sobre os acontecimentos da versão original.

“Acabei optando por não assistir a produção original. Tive pouco tempo de preparação. Então, tive que escolher e optei por saber o que a novela traria e a composição da personagem”, conta.

Eli, que também é modelo e dubladora, começou a carreira aos 17 anos, quando conquistou o título de Miss Fotogenia ao participar de um concurso de beleza na Baixada Fluminense, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro.

Em 2014, conquistou seu primeiro papel na televisão, em participação especial na série “Sexo e as Negas”, de Miguel Falabella. Atualmente, a trama de “Renascer” marca sua estreia no horário nobre. “As pessoas são muito carinhosas. Eles realmente assistem, reconhecem, falam sobre o que apoiam. Sinto isso ainda mais forte quando vou à feira, ou estou no centro… em um restaurante… é legal e me divirto muito”, ressalta.

Clássico revisitado

Além de “Renascer”, Eli Ferreira também aguarda sua estreia no streaming na série “Cidade de Deus”, original Max. Em seis episódios, a produção nacional se passa duas décadas depois da história do filme homônimo premiado internacionalmente.

“Eu interpreto uma jornalista que vem investigar o crescimento da criminalidade nesta região, e nessa história Lígia, minha personagem, acaba convencendo Buscapé a ajudá-la e as coisas começam a se desenrolar…ou ficam complicadas (risos)”, ele explica.

Produzida pela O2 Filmes, a produção dará continuidade à história de seus lendários personagens, tomando como ponto de partida as memórias do Buscapé. A trama se passa no início dos anos 2000 e traz trechos do filme em flashbacks, para reconstruir lembranças e memórias afetivas dos protagonistas. “Foi muito desafiador. Tive alguns dias para construir o personagem e começar a filmar as cenas muito difíceis”, lembra.