Amiga de longa data de Alice Munro (1931-2024), a escritora canadense Margaret Atwood disse ao jornal americano The New York Times que foi “pega de surpresa” pelas revelações da filha do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, que relatou tendo sido abusada por seu padrasto.
Em texto publicado no jornal canadense The Toronto Star, Andrea Robin Skinner contou que, em 1976, aos nove anos, foi atacada sexualmente por Gerald Fremlin, marido de sua mãe. Anos depois, ela contou à mãe sobre o abuso. Após uma breve separação, Munro decidiu continuar casado com Fremlin.
Num e-mail enviado ao New York Times, Atwood disse que uma das filhas de Munro já havia lhe confidenciado que havia problemas na família. No entanto, ela garantiu que só soube de toda a história ao ler a reportagem de Andrea na imprensa.
“Por que ela ficou?”, escreveu a autora de “The Handmaid’s Tale”, questionando a decisão de Munro de continuar casada com o homem que abusou de sua filha. “Acho que eram de uma geração e de um lugar onde tudo era jogado para debaixo do tapete”, concluiu.
Um legado manchado
Em 2004, quase três décadas após o abuso, Andrea denunciou o padrasto, que foi condenado a dois anos de liberdade condicional. Na época, Munro teria gritado com a filha, acusando-a de mentirosa, e defendendo o marido. O episódio foi relatado à agência de notícias Associated Press pelo policial Sam Lazarevich, responsável pela investigação.
Lazarevich disse que ficou “bastante surpreso” com a reação do escritor. “E sua filha. Você não vai defender sua filha?” ele disse que perguntou a Munro. O policial acrescentou que “é óbvio” que a recusa da ganhadora do Prêmio Nobel de Literatura em apoiar sua filha “mancha seu legado”.
Uma das filhas do ganhador do Prêmio Nobel, Sheila, disse ao Toronto Star que os erros de sua mãe não deveriam prejudicar seu legado literário. Sheila é autora do livro “Vidas de mães e filhas: crescendo com Alice Munro”. Ela também disse que a família concordou que era importante que Andrea expusesse o caso.
“Ainda sinto que ela era uma grande escritora – ela merecia o Nobel”, disse ele. “Ela dedicou toda a sua vida a isso e demonstrou talento e imaginação incríveis.”
Munro viveu com Fremlin até sua morte em 2013. Uma amiga de Munro chamada Verna Steffer disse ao New York Times que, após a morte do marido, a escritora desistiu de ser enterrada ao lado dele. Na época, Verna pensou: “Bem, ela não quer ficar perto dele”.
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