“Toda Família Tem”: Prime Video estreia série brasileira inspirada em sitcons norte-americanos

Ao assistir “Toda família tem”, é fácil identificar semelhanças com séries como “Todo Mundo Deia o Chris” e “Um Maluco No Pedaço”. O novo lançamento do Prime Video tem clara influência nas sitcons norte-americanas, mas é um produto bastante brasileiro.

Com sete episódios já disponíveis na plataforma de streaming, a comédia conta a história de Pê, um jovem de 19 anos que enfrenta uma mudança repentina de vida. Depois que o padrasto ficou desempregado, ele e a família voltaram para a casa da avó, no Rio de Janeiro, deixando para trás os tempos de “playboy” em São Paulo.

Além de interpretar o protagonista, Pedro Ottoni é um dos criadores da série, ao lado de Mariana Veil e Jonathan Haagensen, atuando também como roteirista e produtor executivo. Começou a carreira produzindo conteúdo para internet, chamou a atenção de produtores e, desde então, ganhou destaque no streaming, atuando em séries como “A Sogra Que Te Pariu” e “Sem Filtro”.

Em entrevista com Folha Pernambucana, Pedro revelou que muito do que acontece na trama de “Toda Família Tem” é baseado em suas experiências pessoais. “Acho que é cerca de 70% meu. Quando comecei a escrever, em plena pandemia, pensei que um personagem interessante teria muitos defeitos. Então, parei para observar o meu e acabei colocando no roteiro tudo o que reclamam de mim em casa”, disse.

Na série, a Família Silva é liderada pela matriarca Vó Geni (Solange Couto). É mãe de Deise (Maíra Azevedo), casada com Jorge (Érico Brás) e mãe de Pê, Pietra (Betânia Campos), Paty (Gabriela Dias) e PH (Ramon Francisco), o mais velho dos irmãos, que é o pai de Marcelinho (Caíque Ivo). O elenco ainda conta com nomes como Duda Pimenta, Sérgio Loroza, Pedro Novaes, Zezé Motta e Anderson Muller.

Cris D’Amato e Yasmin Thayná, responsáveis ​​pela direção da comédia, tiveram a tarefa de entrelaçar as referências já definidas pela dramaturgia com outras por elas escolhidas. “O que recebemos dos criadores já estava na origem dessas sitcons que assistíamos na hora do almoço, voltando da escola, e que traziam um conteúdo afirmativo muito diferente do que víamos na TV brasileira. Complementamos isso referenciando esteticamente Spike Lee e pensando em uma fotografia que pudesse trazer um pouco mais de elemento solar para essa família”, detalhou Yasmin.

Para Maíra Azevedo, mais conhecida nas redes sociais como Tia Má, “Toda Família Tem” já está fazendo história no audiovisual brasileiro. “É uma série que tem negros na frente e atrás das câmeras. Por muito tempo parecia que famílias como a minha não existiam. Não falamos sobre isso na série, mas só a nossa presença já diz muito. Acho que às vezes é importante transmitir a mensagem sem dizer nada”, observou ela.

Érico Brás chama a atenção pela maneira leve com que a série trata assuntos importantes. “A série tem o compromisso de mostrar o que significa ser uma família brasileira, sejam eles negros ou brancos. Não é à toa que o título. São situações com as quais todas as famílias se vão identificar”, apontou.

Solange Couto destaca a boa convivência entre atores e atrizes de diferentes gerações. “As crianças [Caíque Ivo e Betânia Campos] Eles eram absurdamente talentosos. Eles encaixam o tempo deles no nosso, sem que tenhamos que nos preocupar. Tenho 68 anos. Ela era a mais velha do elenco e tinha a carreira mais longa, mas estava ali aprendendo com aquele garoto sem vergonha. [risos]. Foi maravilhoso”, lembrou.