Os casamentos entre pessoas do mesmo sexo registrados nos cartórios de Mato Grosso do Sul cresceram 64,1% em 2023, em relação ao ano anterior, sendo o recorde já registrado no Estado.
O levantamento é da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), com dados consolidados pelo Portal da Transparência do Registro Civil. Nesta sexta-feira (28), é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.
Segundo os dados, no ano passado ocorreram 238 casamentos entre pessoas do mesmo sexo no Estado, enquanto em 2022 foram 145.
Comparando os últimos 10 anos, o aumento é ainda maior, 435,5%, considerando que em 2013 foram realizados 43 casamentos.
Foi em 2013 que entrou em vigor a norma nacional publicada pelo Conselho Nacional de Justiça – Disposição nº 73, que regulamenta a prática do ato nos Cartórios de todo o Brasil, a partir de decisão do STF.
Nos primeiros cinco meses de 2024 já foram realizados 95 casamentos, um recorde face ao mesmo período dos anos anteriores.
A maioria dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo ocorre entre casais do sexo feminino, que representam 62% do total.
Desde o início da regulamentação, foram realizadas 862 celebrações entre casais formados por mulheres e 529 entre casais masculinos, realizadas em cartórios de Mato Grosso do Sul.
Considerando apenas o ano passado, verifica-se o contrário, a maioria das uniões em cartório foram entre homens, com 125 cerimónias, enquanto entre mulheres foram 113.
Mudanças de nome e gênero
A pesquisa também aponta um aumento nas mudanças de nome e sexo entre pessoas trans. Em 2023 foram 19 alterações, um aumento de 171,4% em relação a 2022, quando foram 7, e de 137,5% em relação às 8 registradas em 2019, primeiro ano após a publicação da norma pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) .
Nos primeiros cinco meses deste ano, foram realizadas 13 mudanças de gênero em cartórios de Mato Grosso do Sul.
Com 49 mudanças de gênero realizadas desde a regulamentação, houve 32 mudanças de masculino para feminino, o que equivale a 65,3% do total.
Os registros feminino para masculino atingiram 13 registros, o equivalente a 26,5% dos atos em cartório.
Em quatro ocasiões, correspondentes a 8,2% dos casos, houve apenas mudança de nome e não de sexo.
Como fazer
Para a realização do casamento civil é necessário que os noivos, acompanhados de duas testemunhas (maiores de 18 anos e munidos dos respetivos documentos de identificação), compareçam no Cartório de Registo Civil da região onde reside um dos requerentes para registrar-se para aprovação de casamento.
Deverão possuir certidão de nascimento (se solteiro), certidão de casamento com registro de divórcio (para os divorciados), certidão de casamento registrada ou certidão de óbito do cônjuge (para viúvos), bem como documento de identidade e comprovante de residência.
O custo do casamento é definido em cada estado, podendo variar de acordo com a escolha do local para a celebração pelos noivos na diligência ou no cartório.
Para realizar o procedimento de mudança de gênero e nome em cartório, é necessária a apresentação de todos os documentos pessoais, comprovantes de endereço e certidões dos distribuidores penais civis, estaduais e federais do local de residência dos últimos cinco anos, bem como certidões de execução criminal estaduais e federais, Cartórios de Protesto e Justiça do Trabalho.
Em seguida, o oficial de registro deverá realizar uma entrevista com o interessado.
Após a mudança, os órgãos públicos são informados sobre a mudança, como a Receita Federal.
Arpen-Brasil disponibiliza um livreto com as principais dúvidas.
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