Pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria cobriu apenas casos graves com internações pelo Sistema Único de Saúde
No ano passado, 169 crianças e adolescentes foram internados por queimaduras em Mato Grosso do Sul, o que dá uma média de uma criança internada a cada três dias no Estado.
Os dados são de pesquisas de Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)que abrange apenas casos graves de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com vítimas de 0 a 19 anos.
Considerando os últimos dois anos, foram 304 crianças e adolescentes com casos graves de queimaduras, sendo 135 em 2022 e 169 em 2023.
No ranking dos estados, Mato Grosso do Sul é o 15º com maior número de vítimas de queimaduras que necessitaram de atendimento hospitalar.
Em todo o Brasil, foram registradas 13,9 mil internações. Destes, 127 morreram. A pesquisa não fornece dados regionais sobre mortes.
Em média, o SUS registra cerca de 20 internações diárias por queimaduras nessa faixa etária no país.
As principais causas de acidentes são o contato com fonte de calor e substâncias quentes; exposição à fumaça, fogo e chamas, fogo, fumaça e exposição à corrente elétrica.
Ataques e lesões autoprovocadas, entre outros, também aparecem como causas de queimaduras.
Faixa etária
As maiores vítimas estão nas seguintes faixas etárias:
- 1 a 4 anos (6,4 mil internamentos em 2022 e 2023)
- 5 a 9 anos (2.735 casos
- 15 a 19 anos (1.893)
- 10 a 14 anos (1.825)
- Crianças menores de 1 ano (1.051)
O presidente da SBP, dr. Clóvis Francisco Constantino, a maioria dos casos envolvendo crianças pequenas ocorre em decorrência de ações descuidadas dos adultos, como o superaquecimento da água do banho ou ao manusear alimentos quentes com o bebê no colo.
“Os primeiros anos de vida também são marcados pela curiosidade e pela necessidade natural da criança de explorar o mundo ao seu redor. Por volta do primeiro aniversário, ela começa a engatinhar e depois a andar, sendo fundamental a vigilância constante dos pais e responsáveis, pois existem inúmeras situações que podem representar risco”, afirma.
Festas juninas
Embora o perigo de queimaduras em crianças e adolescentes ocorra durante todo o ano, especialistas alertam que atenção redobrada deve ser dada durante o período Período de festivais de junhoentre junho e julho.
Isso porque, nessa época, são comuns atividades como brincar em volta de fogueiras ou soltar fogos de artifício, que representam grande perigo.
“Em aplicativos e outras plataformas de internet é fácil encontrar vídeos de crianças com ‘foguetes’, ‘chuva de prata’ e outros utensílios comuns nas festas de São João. queimaduras, não são brincadeiras! Precisamos reavaliar a real necessidade e utilidade de colocar nas mãos de crianças e adolescentes produtos que podem causar enorme sofrimento”, afirma o presidente do Departamento Científico de Prevenção e Combate às Causas Externas na Infância e Adolescência. na SBP, Dr. Luci Pfeiffer.
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