Um helicóptero que decolou da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai foi interceptado pelas Polícias Militar do Paraná e Federal no norte do estado vizinho, na cidade de Jaguapitã (PR).
Os radares da Força Aérea Brasileira e da Polícia Federal identificaram a aeronave enquanto ela sobrevoava o rio Paraná, na divisa dos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná.
Após a perseguição, o pouso forçado do helicóptero e a prisão do piloto, foram encontrados 243 quilos de cocaína no interior da aeronave.
Segundo a polícia paranaense, a acusação é avaliada em aproximadamente R$ 3,6 milhões no submundo do crime. “Foi muito preocupante, ninguém aqui está acostumado com isso.
Parecia o Rio de Janeiro”, disse o freelancer Marcelo Henrique, ao portal Bonde.com, ligado ao jornal Folha de Londrina.
O piloto da aeronave é um homem de 52 anos, que foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia Federal de Londrina (PR). Segundo informações, o helicóptero voava baixo e clandestinamente, foi avistado pela primeira vez na região de Amambai (MS), e após entrar em território paranaense foi interceptado pelo Batalhão de Operações Aéreas da Polícia Militar das unidades Cascavel (PR) e Londrina. .
Foram mais de 250 quilômetros de monitoramento tático do helicóptero após a aeronave cruzar a divisa entre Mato Grosso do Sul e Paraná, até chegar nas proximidades de Jaguapitã, município do norte do PR.
Até que o piloto desistiu, vários tiros foram disparados, o que assustou os moradores da cidade de aproximadamente 15 mil habitantes. O piloto tentou fugir a pé, mas foi capturado.
A ação foi coordenada pelas delegacias da PF em Ponta Porã e Londrina.
Convulsão
A aeronave foi apreendida e transportada por guincho até a delegacia de Londrina. O helicóptero está irregular e em nome de outra pessoa, que ainda não foi identificada.
“Esse piloto tentou fugir das aeronaves da Polícia Militar e Federal, fez diversas manobras perigosas e inseguras na região de Jaguapitã, mas mesmo assim era constantemente monitorado pela aeronave e chegou um momento em que percebeu que não poderia mais escapar . ”, comentou o capitão Henrique Arendt ao portal Bonde.
Trânsito na região
O tráfico de cocaína da fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai para estados como São Paulo e Paraná é uma prática comum, como já investigou a Polícia Federal, pela quadrilha ligada a Antônio Joaquim da Mota, conhecido como “Don Corleone”.
Em setembro do ano passado houve uma interceptação na divisa entre Paraná e Mato Grosso do Sul, entre os municípios de Naviraí (MS) e Querência do Norte (MS).
Na ocasião, o helicóptero acabou pousando em uma fazenda a 15 quilômetros de Naviraí.
Agora, com esses dois casos, chega a nove o número de helicópteros apreendidos ou envolvidos em acidentes na mesma região, próxima à fronteira com o Paraguai. Na maioria deles foi comprovado o envolvimento no transporte de cocaína, mas em outros incidentes também foram encontrados indícios de envolvimento no ilícito.
Moto
Em nenhum dos oito incidentes listados acima os investigadores forneceram os nomes dos proprietários dessas aeronaves, que podem custar cerca de R$ 5 milhões.
Porém, nas operações da PF nos dias 30 de junho e 11 de maio deste ano, a instituição informou que a quadrilha comandada por Antônio Joaquim da Mota, o Motinha, do Mato Grosso do Sul, é especializada no uso de helicópteros para transporte de cocaína. .
Ele informou ainda que em menos de três anos apreendeu 13 aeronaves do grupo. Motinha conseguiu escapar de três cercos policiais. Em dois deles ele usou helicóptero. (Com Neri Kaspary)
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