A agência de classificação de risco Moody’s Ratings elevou nesta terça-feira (1º) a classificação de crédito do Brasil de “Ba2” para “Ba1” e manteve a perspectiva do país em “positiva”.
O Brasil ainda está no nível especulativo e no chamado grau de investimento. É aqui que o país se torna seguro – ou seja, com baixos riscos de incumprimento para quem investe nos seus títulos de dívida.
A agência afirma que a melhoria reflecte um crescimento económico mais forte e uma série de reformas económicas e fiscais que aumentam a resiliência do perfil de crédito do país. As notações de crédito dos títulos de dívida pública permaneceram inalteradas desde 2016.
“Embora a credibilidade do cenário fiscal do Brasil ainda seja moderada, um crescimento mais robusto e uma política fiscal consistente com o cenário permitirão que o peso da dívida se estabilize no médio prazo, embora ainda em níveis elevados”, diz o relatório.
De acordo com a Moody’s, o crescimento nos próximos anos continuará a ser generalizado, com a procura interna impulsionada por um mercado de trabalho relativamente forte.
Em nota, o Tesouro Nacional afirmou que o aumento da classificação de crédito reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas e um cenário propício ao crescimento, além dos sólidos fundamentos da economia do país.
“O Ministério das Finanças reafirma o seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais, envidando esforços para aumentar as receitas e conter as despesas”, afirmou o Tesouro.
“Além de estabilizar a relação dívida/PIB, um equilíbrio fiscal mais robusto contribuirá para reduzir as taxas de juros e melhorar as condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados”.
A Moody’s afirma no relatório que o desempenho econômico do Brasil surpreendeu positivamente no período pós-pandemia, e elevou a perspectiva de crescimento para este ano para 2,5%.
“Este ano, o crescimento mais forte expandiu-se tanto para os sectores da indústria transformadora como dos serviços e foi apoiado por um aumento do investimento, reforçando as nossas expectativas de que um crescimento mais forte persistirá”, afirma o relatório.
Entre as reformas destacadas estão o estabelecimento da independência do Banco Central, a reforma tributária e medidas que melhoraram o ambiente de negócios, como a digitalização das finanças e a reforma trabalhista.
A agência, porém, afirma que um fator limitante da eficiência dessas políticas é a dificuldade de cumprimento das metas fiscais devido à rigidez das despesas obrigatórias.
“Num ambiente de crescimento estável e dados os esforços do governo para aumentar as receitas e as medidas incipientes para cortar despesas, esperamos que os resultados fiscais primários melhorem gradualmente em linha com as metas do governo ao longo dos próximos 2-3 anos”, afirma o relatório.
A Moody’s alterou, em maio, a perspectiva da classificação de crédito do Brasil de estável para positiva, apontando que um crescimento robusto poderia permitir a estabilização da dívida.
A melhora na classificação de crédito ocorre uma semana após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunir com diretores das principais agências de classificação de risco em Nova York, durante viagem para participar da Assembleia Geral da ONU.
Em 23 de setembro, ele se reuniu com o chefe dos serviços de classificação da S&P, Yann Le Pallec, e depois com o presidente da Moody’s, Michael West. No dia seguinte, recebeu o presidente da Fitch, Paul Taylor, na missão do Brasil na ONU.
“Liguei [as agências]porque é importante que você saiba pelo Presidente da República o que está acontecendo no Brasil. Não é preciso ouvir apenas a Faria Lima, os empresários, ouvir os trabalhadores e o presidente da República”, disse o presidente nesta quarta-feira (25).
As reuniões com as agências ocorreram após a divulgação do 4º relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas do Orçamento deste ano, enviado ao Congresso no dia 20 de setembro. No relatório, o governo liberou R$ 1,7 bilhão em despesas que estavam congeladas, apesar de almejar o piso da meta fiscal.
A meta fiscal para 2024 é zero, mas a margem de tolerância permite um déficit de até R$ 28,8 bilhões. Esse é exatamente o valor projetado pelo governo para o resultado primário do ano – ou seja, a equipe econômica espera cumprir a regra exatamente dentro do limite permitido pela faixa.
A liberação ocorreu dois meses depois de o governo ter congelado R$ 15 bilhões em
despesas.
Com a piora da percepção do risco fiscal por parte dos investidores nacionais, o governo brasileiro quis se antecipar e evitar que o mau humor chegasse também às agências, comprometendo o trabalho de convencer o esforço do governo para colocar as contas públicas em ordem e em uma trajetória sustentável, após aprovação do quadro fiscal.
COMO FUNCIONAM AS NOTAS DE CRÉDITO
A Moody’s é uma das três maiores agências de classificação de risco do mundo e as suas notações de crédito consistem em avaliações da probabilidade de um emitente de obrigações cumprir as suas obrigações financeiras.
Os investidores internacionais ficam atentos às notas atribuídas por essas agências na hora de escolher onde investir seus recursos. Se o investidor acredita que, mesmo com rating mais baixo, vale a pena apostar nos títulos do país, ele então cobra um prêmio maior, adequado ao risco oferecido pelo emissor.
Vale ressaltar que essas pontuações não são medidas absolutas, mas apenas uma ferramenta utilizada no processo de tomada de decisão.
*Informações da Folhapress
como pedir empréstimo no bradesco
0800 itau financiamentos
inss liga para confirmar dados
empréstimos manaus
até quanto um aposentado pode pegar de empréstimo
emprestimo funcionario publico
solicitar emprestimo bolsa familia