O STF marcou hoje audiência de conciliação para resolução do conflito, com a presença de indígenas Guarani-Kaiowá, governo do Estado e produtores
Tratada como prioridade pelo governo federal por meio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Terra Indígena (TI) Ñande Ru Marangatu, localizada em Antônio João, deverá ter seu processo de homologação acelerado e concluído esta semana.
Com os recentes casos de violência na região, que culminaram no assassinato do indígena Neri Guarani Kaiowá, de 23 anos, no último dia 18, abriu-se a última etapa do processo de demarcação do território indígena do povo Guarani-Kaiowá, que estava paralisado desde 2005, foi novamente revisto através de uma petição do MPI.
Após esta intervenção feita na sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes convocou uma audiência de conciliação marcada para hoje com as partes envolvidas, para se chegar a uma solução final para este processo de demarcação.
Para o Correio Estadualo secretário executivo do MPI, Eloy Terena, falou sobre o processo e a prioridade da União para finalizar a homologação desta terra indígena em Antônio João.
“Esse caso é complexo, porque essa terra indígena já foi homologada em 2005, pelo próprio presidente Lula, porém, foi judicializada com liminar do ministro Nelson Jobim, e desde então, nesses 19 anos, houve essa liminar do Supremo impedindo a conclusão da demarcação”, explicou Eloy Terena.
No dia 18, a secretária executiva e ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, levou uma proposta de resolução ao ministro Gilmar Mendes, responsável pelo processo, o que ajuda na continuidade da aprovação.
“Com a petição que fizemos no processo, o ministro acatou a nossa petição e marcou a audiência de conciliação. A comunidade indígena está em Brasília e estaremos no Supremo para chegar a uma resolução definitiva desse caso Antônio João”, disse Eloy Terena ao repórter.
Mesmo com décadas de aprovação paralisada, o MPI espera que esse processo seja desbloqueado e concluído, regularizando assim a titularidade da TI Ñande Ru Marangatu.
“O Ministério dos Povos Indígenas está 100% empenhado em encontrar uma solução para este caso esta semana. Se tudo correr bem, com a boa vontade de todas as partes, a ministra Sônia Guajajara quer ir à Terra Indígena Ñande Ru Marangatu para entregar simbolicamente esse território ao povo Guarani-Kaiowá”, enfatizou o secretário-executivo do MPI.
VIOLÊNCIA
A morte do indígena Neri Guarani Kaiowá foi a quarta registrada na região de Antônio João, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
O conflito por terras na região começou na década de 1980, sendo a primeira morte a de Marçal de Souza, e continua até hoje. Neri foi morto com um tiro na cabeça. A autoria do tiroteio ainda não foi confirmada, mas ocorreu durante uma ação da Polícia Militar (PM) na TI Ñande Ru Marangatu, em Antônio João, que abriga indígenas da etnia Guarani-Kaiowá.
Informações do Cimi afirmam que a polícia arrastou o corpo de Neri para uma parte da mata, o que indignou os indígenas, que começaram a avançar em direção ao local para onde o corpo foi levado.
O conflito na região teria tomado maiores proporções desde o dia 12, quando equipes da PM chegaram à região de disputa de terras.
A morte do indígena teria ocorrido na madrugada, em confronto durante a retomada indígena da Fazenda Barra.
CASO DOURADINA
Outra terra indígena no Mato Grosso do Sul que registrou conflitos fundiários nos últimos meses foi a TI Panambi – Lagoa Rica, localizada no município de Douradina.
Sobre este caso, Eloy Terena explicou as negociações para resolver o conflito na região. Foi decidido que a compensação deveria ser aplicada aos produtores rurais que possuem propriedades neste território indígena.
“Após uma série de audiências, chegou-se à conclusão de que é necessário indenizarmos os proprietários rurais e entregarmos as terras aos indígenas”, informou Eloy Terena.
Esse procedimento, segundo o secretário executivo do MPI, está em andamento e permanece em fase de avaliação, informando aos proprietários rurais e aos indígenas Guarani-Kaiowá da região sobre o acompanhamento desse procedimento.
OUTROS TERRITÓRIOS
Além desses dois casos recentes de violência em território indígena, ocorridos em Douradina e Antônio João, outros territórios são alvo de disputa entre indígenas e agricultores. Estão localizados nos municípios de Amambai, Caarapó, Coronel Sapucaia, Rio Brilhante e Sete Quedas.
Conforme noticiou reportagem do Correio do Estado, indígenas da TI Garcete Kuê, que fica no município de Sete Quedas, iniciaram um processo de recuperação em busca da delimitação de uma parcela de seu território tradicional.
Segundo a assembleia geral do povo Guarani-kaiowá (Aty Guasu), a ação foi rejeitada por agricultores locais, que atearam fogo em um veículo pertencente a um dos comunitários.
Descobrir
Segundo o MPI, outros territórios Guarani Kaiowá no MS poderão ter o processo de demarcação retomado devido a atualizações fundiárias e jurídicas das terras.
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