O adolescente Fred Molina, de 16 anos, encontrado morto na manhã desta segunda-feira (23), na MS-384, próximo à Terra Indígena Ñanderu Marangatu, havia consumido álcool com amigos, minutos antes do acidente, segundo informações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Segundo a Sejusp, o adolescente da aldeia Guarani-kaiowá decidiu ir ao Festival do Tomate com outros três amigos, quando ali ingeriram grande quantidade de bebidas alcoólicas.
Segundo testemunhas que presenciaram o acidente, no retorno à aldeia, em determinado trecho entre os municípios de Antônio João e Bela Vista, próximo à Terra Indígena Ñanderu Marangatu, o jovem conduzia o veículo com outros dois amigos na estrada. costas, quando perdeu o controle da motocicleta, provocando a queda.
O impacto da queda deixou o adolescente morto no local. Um dos amigos do jovem regressou à aldeia para pedir ajuda e as autoridades foram chamadas.
Equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil foram acionadas ao local, juntamente com a Polícia Científica para a realização da perícia no local.
O caso está sendo investigado na Delegacia de Antônio João.
Adolescente indígena encontrado morto
Identificado como Fred Molina, de 16 anos, o adolescente foi encontrado morto na manhã desta segunda-feira (23), na MS-384, próximo ao município de Antônio João, a 207 quilômetros de Campo Grande. Segundo informações iniciais, foram encontrados indícios de um possível acidente de trânsito no local, mas o caso será investigado pela Polícia Civil.
Segundo informações obtidas pelo Correio do Estado, o jovem conduzia uma motocicleta com uma pessoa nas costas quando, ao passar próximo à Terra Indígena Ñanderu Marangatu, caiu do veículo. A vítima morreu no local e o passageiro seguiu até a vila na motocicleta.
Segundo a Polícia Civil, foram encontradas marcas de borracha no braço da vítima. Em conversas com lideranças indígenas, acredita-se que o adolescente tenha sido atropelado, mas não descartam outras possibilidades, devido à tensão entre indígenas e produtores rurais.
Além da Polícia Civil, equipes técnicas periciais estiveram no local e iniciaram investigações para apurar as causas da morte do adolescente indígena.
Área de conflito
Na madrugada da última quarta-feira (19), na Terra Indígena Ñanderu Marangatu, o indígena Neri Guarani Kaiowá foi morto com um tiro na cabeça, após conflitos com agentes do Batalhão de Choque por disputas territoriais.
A morte de Neri aumentou ainda mais a tensão entre os indígenas que lutam por suas terras, o governo de Mato Grosso do Sul e o governo federal.
O conflito na região teria tomado maiores proporções desde o dia 12, quando equipes da Polícia Militar (PM) chegaram à região de disputa de terras.
Segundo o Cimi, no dia 12, três indígenas já haviam sido baleados na mesma terra indígena. Uma delas, Juliana Gomes, está internada em Ponta Porã após levar um tiro no joelho. O segundo ferido foi a irmã dela e o terceiro, um jovem – ambos foram baleados com balas de borracha.
A morte do indígena teria ocorrido na madrugada, em confronto durante a retomada indígena da Fazenda Barra. Ainda segundo o Cimi, a Força Nacional de Segurança Pública não esteve presente.
Informações do Cimi afirmam que a polícia arrastou o corpo de Neri para uma parte da mata, o que indignou os indígenas, que começaram a avançar em direção ao local para onde o corpo foi levado.
“Eclodiram novos confrontos, mas a polícia continuou com a decisão de retirar os corpos dos Guarani-Kaiowá”, diz trecho de nota do Cimi.
A TI Ñande Ru Marangatu foi declarada propriedade dos povos originários pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2002 e aprovada por decreto presidencial em 2005, mas esse processo foi judicializado no mesmo ano e está paralisado até hoje .
Polícia alega que indígena estava armado
Em nota à imprensa, o Batalhão de Choque afirmou que o indígena Guarani Kaiowá Neri Ramos da Silva, de 23 anos, estava armado no momento do conflito. Segundo a nota, o indígena tinha vários antecedentes policiais por roubos e furtos.
Uma dessas ocorrências ocorreu em 2015, no município de Antônio João, quando a vítima do assalto foi morta com um tiro na cabeça, segundo a PM.
Sobre o conflito que terminou com a morte do indígena na quarta-feira, Choque informou que equipes foram chamadas à Terra Indígena Ñanderu Marangatu, localizada na Fazenda Barra, na região de fronteira com o Paraguai, com relatos de que houve confronto na região .
Em nota publicada nas redes sociais, Choque afirma que, na tentativa de dispersar o motim, um dos indígenas que estava escondido na vegetação disparou contra as forças de segurança e atingiu o escudo protetor de um dos policiais.
Os agentes de segurança reagiram e atiraram em direção à mata, atingindo o indígena na cabeça.
Ainda segundo o Batalhão de Choque, durante a elaboração do boletim de ocorrência, foi constatado que o indígena Neri havia sido preso pela polícia.
O corpo do indígena Guarani Kaiowá foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), onde será examinado por peritos federais que vieram de Brasília para investigar o caso.
Vale lembrar que a mais recente escalada de violência contra os povos originários de Mato Grosso do Sul começou no último dia 12, quando os indígenas realizaram uma ação para retomar a propriedade onde hoje fica a Fazenda Barra. Na ocasião, três pessoas ficaram feridas, conforme noticiou o Correio do Estado.
OUTRAS MORTES
A cidade de Antônio João já foi palco de diversos conflitos fundiários, e o primeiro deles matou um dos nomes mais famosos entre os indígenas. Em novembro de 1983, Marçal de Souza foi assassinado com cinco tiros na aldeia de Campestre, na casa onde morava.
Líder indígena em ascensão, antes de morrer, Marçal de Souza teria dito que era uma pessoa marcada para a morte.
Marçal de Souza chegou a ir à Organização das Nações Unidas (ONU) denunciar o drama dos Guarani-kaiowá no Mato Grosso do Sul. Em 1980, discursou ao Papa São João Paulo II, em Manaus (AM), durante sua visita ao Brasil.
A segunda morte na região ocorreu em 2005. O líder Guarani-Kaiowá Dorvalino Rocha foi morto em 24 de dezembro daquele ano.
Segundo Cimi, Dorvalino foi morto por um funcionário da empresa Gaspem, que fazia segurança nas fazendas Fronteira, Cedro e Morro Alto, localizadas no município de Antônio João, sobrepostas à TI Ñande Ru Marangatu, à qual Dorvalino pertencia.
O segurança da empresa, João Carlos Gimenez Brites, confessou que atirou no indígena com dois tiros, o primeiro atingindo-o no pé e o segundo no peito. Ele compareceu a um júri popular e foi condenado a 16 anos de prisão no ano passado.
Foi a primeira vez que um assassino de uma liderança indígena Guarani-Kaiowá, em um conflito fundiário no Mato Grosso do Sul, foi condenado por homicídio.
A terceira morte ocorreu 10 anos depois, em 2015. Simião Vilhalva foi baleado na cabeça durante conflito na região, no dia 29 de agosto daquele ano, em áreas também retomadas na TI Ñande Ru Marangatu.
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