Presença do Ministério dos Povos Originários e da Fundação Nacional marcou devolução de corpos à Terra Indígena, onde quatro morreram desde a década de 1980
Dias após o falecimento na Terra Indígena Ñanderu Marangatu, o Governo Federal esteve presente no município de Antônio João – a aproximadamente 280,9 km da capital de Mato Grosso do Sul -, para ouvir os povos originários, em data que marcou o devolução do corpo de Nery Ramos da Silva Guarani Kaiowá ao território onde outras três pessoas morreram desde a década de 1980.
Equipes representantes do Governo Federal – do Ministério e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (MPI e Funai) – estiveram no Ñanderu Marangatu neste sábado (21), ao lado de membros também do Ministério e da Defensoria Pública.
Para marcar a presença, houve um ato no local onde o Guarani Kaiowá foi morto – ainda na quarta-feira (18) -, com a devolução do corpo ao território indígena, após os devidos procedimentos de necropsia.
Ressalta-se que esse procedimento foi realizado no município de Dourados – distante aproximadamente 146,4 km de Antônio João -, por equipes que vieram diretamente de Brasília para a Polícia Federal.
Ao lado desses policiais federais, um antropólogo representante do Ministério Público Federal (MPF) também acompanhou a necropsia do Guarani Kaiowá.
O assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) regional do Estado, Anderson Santo, detalhou que na Terra Indígena Antônio João o Governo Federal realizou procedimento de escuta qualificada de órgãos públicos.
Tudo isso para que o Poder Executivo continue tomando medidas para acabar com os constantes conflitos contra os povos originários de Mato Grosso do Sul.
Lembrar
Assassinado com um tiro na cabeça, aos 23 anos, Neri Ramos da Silva Kaiowá, pai de um bebê de 11 meses, se junta a outros três nomes mortos desde a década de 1980 na mesma Terra Indígena de Antônio João, a saber:
- 1983 | Marçal de Souza: morto em casa com 5 tiros, na Aldeia Campestre
- 2005 | Dorvalino Rocha: morto com 2 tiros por segurança particular em fazendas da região.
- 2015 | Simião Vilalva: baleado na cabeça durante conflito de terras
As forças policiais da região atuam por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), designada sob despacho para garantir a ida e volta de funcionários e ‘proprietários’ da Fazenda Barra, da rodovia até a sede, no um percurso de mais de 10 quilômetros.
Desde o anoitecer do dia 17 – que antecedeu o dia do conflito mortal -, registros feitos em Antônio João mostraram viaturas da força policial, incluindo um ônibus da Polícia Militar e um caminhão Choque, onde o interlocutor responsável pelas imagens começa dizendo “agora a ‘bagunça dos fins dessas pessoas”, confira:
É importante ressaltar que esta decisão de “escolta” já estava sendo cumprida e, após o falecimento de Nery Ramos Guarani Kaiowá, o próprio Secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública nomeou reforço armado para a região.
Após a morte, o governador Eduardo Riedel convocou uma “sala de situação” para tratar do que acontecia em Antônio João, onde chefe da Sejusp, Antônio Carlos Videira, culpou ‘índios paraguaios a serviço do tráfico de drogas’ pela intensificação do confrontodestacando uma centena de policiais para apoio.
Esses 100 homens são policiais de reforço/recuperação, que atuam em apoio a quem já atua em cumprimento à decisão judicial, que, em tese, busca segurança para a família residente na Família Barra, afirma a Secretaria de Estado de Justiça e Pública Segurança (Sejusp).
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