Durante a continuação do júri popular, cujos réus incluem o empresário Jamil Name Filho e outros três supostamente envolvidos no assassinato de Marcel Hernandes Colombro – o playboy da Mansão -, a defesa dos réus questionou a veracidade das supostas notas que circulavam no presídio de Mossoró.
Tanto a defesa de Name quanto a de Marcelo Rios concordaram em questionar o bilhete (uma folha de papel higiênico apreendido no presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte) por não ter sido submetido à perícia grafotécnica da Polícia Civil de Mato Grosso. do Sul.
Na manhã desta segunda-feira (16), a primeira testemunha de acusação ouvida, o delegado Tiago Macedo dos Santos, chegou às lágrimas ao falar sobre a nota que traçava um suposto plano em que a família Name tramava a sua morte e a de outros integrantes da tarefa Omertà vigor.
À tarde, prestou depoimento como testemunha o delegado Sartori do Garras, que foi interrogado em relação aos supostos apontamentos.
O Ministério Público questionou o delegado Sartori sobre os bilhetes no presídio de Mossoró, onde Jamil Nome Pai (falecido) e Jamil Nome Filho estavam detidos. Até que um preso, cujo nome não foi divulgado, apresentou um bilhete escrito em papel higiênico com o detalhado plano de execução das vítimas.
“Essa nota foi apreendida pelo Presídio Federal de Mossoró e, entre os fatos, estavam ameaças atuantes na investigação: promotores e defensores públicos. Também foi citada a arma que teria executado Marcelo, que teria sido escondida por Antunes”, disse Sartori.
Além disso, conforme relatou o delegado Sartori, o conteúdo da nota escrita em uma folha de papel higiênico indicava que Marcelo Rios deveria assumir toda a culpa pelo crime. E reforçou que, dadas as circunstâncias em que foi apreendido, não havia dúvidas sobre a sua origem.
Questionado sobre onde estava o preso que acabou entregando o bilhete, Sartori respondeu que não acompanhou a situação e apenas recebeu o material em forma documental.
Outro ponto levantado pela defesa foi se o preso confirmou judicialmente a autoria da nota. O delegado Sartori respondeu que não tinha conhecimento disso na Justiça para denunciar.
A defesa continuou afirmando que a nota não havia passado por nenhum tipo de exame. Questionado sobre isso, Sartori disse não saber se a passagem passou por alguma fiscalização.
Bilhete
- A força-tarefa teve acesso à litografia da nota que pedia a morte de integrantes da força-tarefa e de um promotor.
- Segundo o delegado, o bilhete não passou por perícia.
- Um detento campograndense, preso em Mossoró (RN), foi flagrado com um bilhete contendo informações, incluindo nomes e fatos que ajudaram nas investigações.
- Foi dito que Rios deveria assumir toda a “repreensão” do caso.
2º Júri Popular
O júri que hoje começa está previsto para decorrer até quinta-feira, podendo ser prorrogado, se necessário, por mais um dia.
Segundo o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, 16 testemunhas deverão ser ouvidas nestes quatro dias de julgamento.
Os réus responderão por homicídio qualificado em razão do recurso que dificultou a defesa da vítima, motivo básico, além de tentativa de homicídio contra o outro rapaz baleado.
Jamil Name e José Moreira Freires também eram arguidos, mas morreram durante o processo, enquanto o ex-guarda, Rafael Antunes Vieira, está indiciado por porte ilegal de arma de fogo.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública será responsável pela transferência dos acusados durante o período do júri.
** Colaborou com Judson Marinho
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