Familiares do deputado Eulálio Gomes Batista, 67 anos, morto em confronto policial na manhã desta quarta-feira (19), cobram explicações do presidente do Paraguai, Santiago Peña, sobre a operação policial que resultou na morte do parlamentar. Conhecido na fronteira como Lalo Gomes, o deputado foi morto durante troca de tiros com policiais que se deslocavam até sua residência para cumprir mandato no âmbito da Operação Pavo Real II. Durante troca de tiros, o deputado ficou ferido e precisou ser levado ao hospital, onde faleceu. O filho de Lalo Gomes, Alexandre Rodrigues Gomes, que também morava na residência, conseguiu escapar da abordagem policial, mas foi entregue à Polícia Nacional no Departamento de Amambay. Segundo o advogado de defesa, Oscar Tuma, a operação policial é irregular devido à imunidade do parlamentar. “Eles o mataram na cama. A família dele me garantiu que ele estava na cama com a esposa. Eles entraram, arrombaram a porta e atiraram nele três vezes”, disse ele ao ABC Color. Investigações Segundo informações do Ministério Público do Paraguai, o deputado Eulálio Gomes era investigado por lavagem de dinheiro e envolvimento no tráfico de drogas. O mandado de busca e apreensão foi assinado pela Justiça paraguaia na tarde de ontem (18). Segundo informações do Ministério Público paraguaio, o procedimento é questionado porque, independentemente do processo, o parlamentar tem imunidade devido ao seu cargo na política. Por outras palavras, só poderia ser detido após um procedimento parlamentar e a retirada dos seus privilégios. Em resposta à ação policial, o Ministério Público afirmou que, na realidade, fez buscas na casa de Lalo Gomes à procura do seu filho, Alexandre Rodrigues Gomes, também investigado pelo mesmo crime e que não goza de qualquer imunidade. Segundo a Justiça paraguaia, ao chegar ao imóvel, os agentes foram recebidos a tiros. Segundo a imprensa brasileira, a justiça paraguaia já havia sido alertada sobre o envolvimento de Lalo Gomes com o narcotraficante Jarvis Chimenes Pavão. “Ele queria ocupar o lugar que Rafaat ocupava na fronteira Paraguai-Brasil e preparava seu filho para ocupar o maior cargo político do Departamento de Amambay, especificamente para ser prefeito de Pedro Juan Caballero”, revelou o investigador da Polícia Nacional Juan Martens ao a imprensa paraguaia. Divulgação/ ABC Color Próximo Rei da Fronteira? Segundo investigações da Justiça paraguaia, o deputado Lalo Gomes é ex-colaborador de Jarvis Gimenes Pavão. Segundo a polícia paraguaia, Lalo prestou assistência econômica ao grupo do qual Jarvis Pavão faz parte, quando a estrutura da organização criminosa foi fragilizada pelos processos enfrentados por seus integrantes. Por conta desse alinhamento, o deputado e seu filho adquiriram em 2020 a Fazenda Negla Poty, de Jarvis Pavão, localizada em Bella Vista Norte, no Departamento de Amambay. Pai e filho também usaram a sua experiência no sector pecuário e actividades relacionadas para movimentar fundos do tráfico de drogas e outras actividades ilícitas dentro do sistema financeiro. Divulgação/ ABC Color Assine o Correio do Estado.
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