O sepultamento do corpo de Silvio Santos, ocorrido neste domingo (18), foi realizado de acordo com as tradições judaicas. Filho de imigrantes judeus que chegaram ao Brasil no início do século 20, o apresentador nasceu no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, em 1930. Com base na Torá, livro sagrado da religião judaica, as regras determinam uma série de ritos que devem ser cumpridos pelos familiares desde o momento da morte até a cerimônia fúnebre. Segundo a Congregação Israelita Paulista (CIP), o ritual começa depois que parentes informam ao Cemitério Israelita do Butantã, onde Silvio foi sepultado, sobre a morte do familiar. Cabe ao Chevra Kadisha, grupo formado por homens e mulheres ligados ao cemitério, realizar os preparativos religiosos, civis e jurídicos para o sepultamento. A primeira medida a ser tomada é cobrir o corpo para que não fique visível. Segundo a tradição, deixar o falecido à mostra demonstra falta de respeito pela imagem da pessoa em vida. O mesmo motivo é levado em consideração para a não abertura do caixão durante o velório, que não é público e é restrito a familiares e amigos. Preparação A seguir, o corpo deve ser lavado e envolto em uma mortalha branca. Medida significa purificação, humildade e pureza. Os olhos devem estar fechados. Para os judeus, o falecido encontra Deus quando morre. Dessa forma, o ato simboliza deixar de observar as coisas mundanas e passar a enxergar a paz do mundo espiritual. O sepultamento deverá ocorrer no mesmo dia do falecimento. Se a morte ocorrer no sábado, dia de descanso dos judeus e em que são proibidos sepultamentos, deverá ser no dia seguinte, como aconteceu com Silvio Santos. O apresentador morreu na madrugada deste sábado (17) e foi sepultado na manhã deste domingo. A cremação é proibida. A religião entende que a decomposição do corpo deve ocorrer naturalmente. Enterro A cerimônia fúnebre é realizada sem decoração floral no local e no caixão, pois todos devem ser tratados igualmente durante a morte. Além disso, os judeus entendem que a ostentação serve para adorar os mortos. Durante o sepultamento são cantados hinos louvando a Deus e pedindo a paz no mundo. Os parentes mais próximos jogam punhados de terra no caixão antes do final da cerimônia. Ao sair do cemitério, os familiares devem lavar as mãos para simbolizar que a vida é mais forte que a morte. Como sinal de manutenção do vínculo com o familiar, as mãos devem secar naturalmente, sendo proibido o uso de toalhas. Silvio Santos morreu às 4h50 deste sábado (17) em decorrência de broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1). Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e tinha 93 anos.
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