O projeto consumiu R$ 2,4 bilhões a menos que o previsto e restam R$ 5,47 bilhões disponíveis no banco. Entretanto, numerosos prestadores de serviços apelaram aos tribunais em busca de pagamento
Ao mesmo tempo em que uma série de empresas e pessoas físicas são obrigadas a recorrer à Justiça em busca de pagamento por serviços prestados durante a construção da megafábrica de celulose de Ribas do Rio Pardo, a Suzano faz questão de informar que gastou menos de previsto no projeto e que ainda tem alguns bilhões disponíveis para serem utilizados caso seja necessário.
No balanço da Suzano divulgado em 8 de agosto, a Suzano informou que “possui contrato de financiamento com a Finnvera (US$ 800 milhões) relativo ao Projeto Cerrado, conforme Comunicado ao Mercado de 01/11/22, ainda não sacado, fortalecendo ainda mais sua condição de liquidez”.
Com base na cotação do dólar deste sábado (17), de R$ 5,47, isso significa que a empresa tem mais de R$ 4,37 bilhões à sua disposição. Na maior parte das ações que tramitam na Justiça, além de processarem as empresas contratadas pela Suzano, os credores também acionaram a própria fabricante de celulose.
MENOS GASTO
Outro indício de que há dinheiro na mão para saldar as dívidas destes credores é o trecho do balanço trimestral que afirma que a “execução “dentro da cerca” (que corresponde a investimentos industriais e de infraestrutura) no final de junho atingiu R$ R$ 14,1 bilhões (90%), enquanto o investimento total de capital desembolsado foi de R$ 19,8 bilhões, o que corresponde a 89% do orçamento (R$ 22,2 bilhões)”.
Ou seja, foram gastos R$ 2,4 bilhões a menos do que o inicialmente planejado no chamado Projeto Cerrado. Uma das explicações para esse superávit é o aumento da cotação do dólar, já que os empréstimos para a construção da fábrica foram feitos em moeda norte-americana e grande parte dos pagamentos foram em moeda local.
Após obras que duraram cerca de dois anos e meio, a empresa começou a operar no dia 21 de julho e a previsão é de que sejam produzidas 2,55 milhões de toneladas de celulose por ano.
Nos primeiros nove meses, o Projeto Cerrado não funciona a todo vapor. Ao final dos primeiros doze meses deverão ser produzidos dois milhões de toneladas, que serão embarcadas para o Porto de Santos por via férrea. A empresa construiu um terminal às margens da Ferronorte, em Inocência, de onde realiza embarques para o litoral.
ALTO PREÇO DA POLPA
E um terceiro indício de que há dinheiro na mão para cobrir o déficit das empresas que aguardam pagamento é o aumento do preço da celulose no mercado mundial. No balanço trimestral divulgado na semana passada, a empresa informa que o preço líquido em dólares aumentou 12% em relação aos três primeiros meses do ano e 22% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
O preço líquido médio em reais foi de R$ 3.629 por tonelada no segundo trimestre, 18% superior ao dos primeiros três meses. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, o aumento foi de 28%, principalmente devido à alta do dólar.
TAMANHO DA TAMPA
Pelo menos 11 processos de cobrança tramitam na Justiça de Mato Grosso do Sul, totalizando R$ 2,32 milhões. Esse cálculo não leva em consideração processos que tramitam em outros estados, como Minas Gerais, onde está sediada a VBX Transportes, uma das parceiras da Suzano na construção do Projeto Cerrado.
Em maio, um empresário mineiro vítima de VBX relatou que só ele tinha R$ 1,5 milhão para receber, além de sofrer o prejuízo ao ter uma de suas motoniveladoras roubadas do canteiro de obras da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, em Dezembro de 2023. Com esse valor, a inadimplência chega a R$ 3,82 milhões.
Em ação tramitando na Justiça, a empresa GD – Fabricação e Montagem de Equipamentos Industriais Ltda., cobra pouco mais de R$ 7 milhões da Enesa, Andritz Brasil e Suzano, pela prestação de serviços de pintura na fábrica que não teriam sido quitados.
Exige indenização de R$ 1,357 milhão em danos materiais e R$ 400 mil em danos morais. Mas a maior fatia está relacionada aos lucros cessantes, da ordem de R$ 5,34 milhões. O valor total da ação é de R$ 7,09 milhões.
Embora o contrato tenha sido assinado entre GD e Enesa, os advogados de GD afirmam que Andritz e Suzano têm responsabilidade solidária na ação e por isso as duas também são rés na ação.
A GD foi contratada em 24 de novembro de 2022 para realizar o serviço de jateamento e pintura, incluindo mão de obra de pintores montanhistas. Esses profissionais foram necessários devido às dimensões gigantescas da fábrica, que começou a ser construída em 2021 e será a maior do mundo em um único circuito produtivo.
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