O Dnit espera iniciar em até 30 dias as obras nos 33 pontos onde a areia deverá ser realocada no fundo do leito entre Corumbá e Porto Murtinho
Com início previsto para dentro de 30 dias, as obras de dragagem deverão tornar o Rio Paraguai capaz de transportar cargas mesmo em períodos de estiagem, conforme prevê a superintendência estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Atualmente, após o nível do rio cair abaixo de 1,5 metro na bitola Ladário, os trens de minério já são obrigados a descer com cerca de 70% de sua capacidade de carga. E, quando desce abaixo de um metro, o transporte de minério fica praticamente suspenso.
Nesta terça-feira (13), o nível do rio no Ladário foi de apenas 19 centímetros, o mais baixo do ano, e com média de recuo de 2,2 centímetros por dia. E, por falta de água (o pico foi de apenas 1,47 metros), o transporte a todo vapor ficou restrito a cerca de quatro meses em 2024. No ano passado, quando o rio atingiu a máxima de 4,24 metros, o transporte foi possível por quase dez meses.
Ao actual ritmo de recuo, o nível estará abaixo de zero antes do final de Agosto. O nível mais baixo que já atingiu foi de 61 centímetros abaixo de zero em 1964. Depois disso, em 2021, 60 centímetros abaixo de zero. Este ano, existe a possibilidade de superar estes números históricos.
Segundo a superintendência regional do DNIT, no chamado Trecho Sul, entre Corumbá e Porto Murtinho, foram identificadas “18 etapas críticas e 15 etapas potencialmente críticas” que necessitam de intervenção.
Em alguns deles, as empresas de transporte são obrigadas a desligar os comboios e a ultrapassar os 16 barcos um a um, o que atrasa as viagens em mais de um dia.
REMANUSEIO
E, ao contrário do que se possa imaginar, dragagem de manutenção não significa retirar areia do leito. Segundo o DNIT, “a dragagem de manutenção promove um novo arranjo do leito, retirando sedimentos de canal natural identificado e depositando-os dentro do próprio rio, em ponto que não ofereça riscos à navegação”.
Esta metodologia de trabalho, explica a superintendência, “visa não reduzir a altura da lâmina d’água, o que significa que a dragagem de manutenção não interfere no ciclo de transbordamento do rio”.
Intervenções semelhantes já foram realizadas no chamado trecho norte, entre Corumbá e Cáceres (MT), “há mais de 20 anos sob licença e acompanhamento anual do IBAMA, que emitiu pareceres afirmando que as atividades têm baixo impacto ambiental e que estes são provisórios e reversíveis”.
A estimativa do DNIT é que as obras emergenciais de dragagem durem seis meses, mas mesmo depois disso, explicou a superintendência em nota enviada aos Correios do Estado, serão necessárias obras permanentes de manutenção do calado.
Em agosto do ano passado, o Governo Federal anunciou a liberação de R$ 95 milhões para essas obras de dragagem. Inicialmente, porém, o Ibama entendeu que eram necessários estudos de impacto ambiental para conceder a autorização e por isso os trabalhos não foram iniciados até agora.
Porém, no dia 31 de julho, durante visita do presidente Lula a Corumbá, o presidente do Ibama, Rodrigo Antonio de Agostinho Mendonça, informou que esses demorados estudos não eram necessários, pois o Instituto entendia que não estava dragando sozinho. , mas sim manter o calado da hidrovia já existente.
Nessa data, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Jaime Verruck, o presidente do Ibama prometeu conceder as licenças no dia seguinte. Porém, segundo o DNIT, até esta segunda-feira (12) as autorizações para início dos trabalhos não haviam sido concedidas.
EXPORTAÇÕES
Os principais interessados na dragagem do Rio Paraguai são os exportadores de minério de Corumbá. E o principal exportador é o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Desde abril de 2022, após desembolsar US$ 1,2 bilhão, os irmãos Batista controlam as minas de minério de ferro e manganês que pertenciam à Vale em Corumbá.
Devido à falta de chuvas desde outubro do ano passado, o rio Paraguai demorou a subir no início do ano e caiu abaixo de um metro no final de junho. Com isso, o volume transportado pela hidrovia despencou quase 50% no primeiro semestre.
Nos primeiros seis meses do ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), foram transportadas 4,51 milhões de toneladas ao longo do rio Paraguai. No mesmo período deste ano, o volume caiu para 2,28 milhões de toneladas.
PRIVATIZAÇÃO
E ao mesmo tempo em que o DNIT prepara a dragagem, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) realiza esta semana visitas à Argentina e ao Uruguai para discutir o projeto de concessão dessa hidrovia com companhias marítimas e órgãos governamentais. , que deverá ser privatizada no próximo ano.
O objetivo da ida à Argentina é apresentar o que está sendo preparado para o projeto hidroviário considerando a melhor forma de desenvolver o rio Paraguai, conforme nota publicada pela Antaq nesta segunda-feira (12).
O comando da Agência também visitará o Uruguai para tentar “entender a visão das companhias marítimas para o desenvolvimento da exploração hidroviária”, afirma a assessoria de imprensa da Antaq.
Segundo, Eduardo Nery, diretor-geral da agência, “queremos uma hidrovia eficiente do ponto de vista operacional tanto no trecho brasileiro, quanto nos trechos paraguaio e argentino”.
Pela previsão inicial, os pedágios serão cobrados apenas no transporte de cargas, ficando gratuitos os chamados barcos-hotel, que trafegam pela hidrovia transportando turistas pescadores.
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