A história que começou como uma ação de despejo noturna ganhou um novo capítulo na manhã desta sexta-feira (09). De acordo com informações obtidas por Correio Estaduala desocupação do complexo Homex, na noite de quarta-feira (07), teria sido resultado de uma estratégia política orquestrada por Beto Pereira e pela líder comunitária Homex, Alexsandra de Lima Coelho.
Uma suposta troca de mensagens via Whatsapp, obtida por fontes próximas ao caso, revelou que o despejo já era planejado por Alexsandra antes mesmo da ação ser realizada. O conteúdo das mensagens indica que o líder agiu por interesses políticos, orientando a comunidade a construir barracos em área inadequada propositalmente para chamar a prefeitura ao local.
Além disso, uma foto de Alexsandra de Lima Coelho com o candidato a prefeito de Campo Grande (MS), Beto Pereira, sugere que a moradora teve contato prévio com o político. O morador foi contatado pelo Correio Estadual, mas ele não respondeu.
Após a montagem dos barracos, devidamente orientada pelo dirigente, a denúncia de ocupação irregular na região de Homex foi encaminhada no mesmo dia à Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha)
“Vamos aproveitar ao máximo, estamos em tempos políticos, pessoal. […] E não esqueçam, pessoal, quando vocês começarem a ‘andar’ aí, quem tiver celular já deixa no gatilho para gravar. Tem que ser leve, mais leve que eles”, disse o morador.
Confira:
Em nota, o assessor de Beto Pereira informou que “não há e nunca houve qualquer tipo de envolvimento do deputado federal Beto Pereira (PSDB) em invasões de áreas públicas de Campo Grande. O deputado também nunca incentivou esse tipo de prática ao longo de sua trajetória”. na vida pública, embora reconheça a necessidade de resolver a crise habitacional em Campo Grande de forma legal e humanitária.”
Entender
Na noite desta quarta-feira (07), a Prefeitura de Campo Grande despejou famílias da região de Homex, localizada próximo ao Jardim Centro Oeste, na zona sul da cidade. A ação deslocou e quebrou os barracos de madeira de alguns moradores que viviam na ocupação.
Segundo Alexsandra de Lima Coelho, moradora e líder comunitária do Homex, a Prefeitura chegou ao local por volta das 21h, com representantes da Agência Municipal de Habitação e Território (EHMA) e equipes policiais. Normalmente, quando essas operações são realizadas por ordem judicial, ocorrem exclusivamente durante o dia.
Segundo o presidente, dentro da comunidade Homex, algumas casas abrigavam mais de uma família. A ocupação destruída pela prefeitura foi uma forma que algumas famílias encontraram para “cada um ter o seu cantinho”.
“Derrubaram tudo, não deixaram as famílias retirarem nada, foram ‘bastante’ agressivos com as famílias. Além disso, se não saíssemos, atirariam em nós com balas de borracha”, comentou ‘Pequena’, o apelido pelo qual Alexsandra é conhecida na comunidade
Caso contrário, a Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), afirmou que a comunidade Homex está em processo de regularização fundiária e que todas as famílias que compõem a comunidade já foram devidamente cadastradas, com contratos de regularização em processo de entrega. .
“A Agência Municipal de Habitação e Território (Emha) informa que, na noite de quarta-feira (07), foi chamada para verificar uma tentativa de ocupação irregular em área próxima à comunidade Homex. No local foram encontradas apenas estacas de madeira antigas, montadas recentemente, sem a presença de ninguém no local. Não havia ocupação consolidada ou família morando ali. Para evitar a consolidação de uma nova ocupação irregular, as estruturas foram imediatamente removidas. É importante destacar que a comunidade Homex está passando por um processo de regularização fundiária. Todas as famílias que compõem a comunidade já foram devidamente cadastradas e os contratos de regularização já começaram a ser entregues. Por fim, a Emha esclarece que tais ações são realizadas de acordo com as disposições legais e com o objetivo de promover a ordem pública e a segurança da comunidade”.
Confira a matéria completa aqui.
Homex
Em dezembro do ano passado, oito meses após o anúncio do início do processo de regularização fundiária da comunidade Homex, a ocupação de quase uma década começou a receber melhorias, como a chegada da energia elétrica. A comunidade surgiu após a ocupação de terras pertencentes à empresa Homex, que posteriormente faliu.
O processo de regularização da área foi encaminhado à Câmara Municipal de Campo Grande e aprovado em março de 2023. O local está ocupado irregularmente há sete anos, inicialmente sendo uma área privada que a Câmara Municipal de Campo Grande conseguiu assumir por meio de permuta com a Prefeitura. empresa Homex, devido a dívidas existentes.
Em 2023, a prefeitura informou que estava realizando um levantamento topográfico da região, localizando e mapeando as características da superfície da comunidade Homex, além de detalhar o prazo de pagamento das parcelas do terreno regularizado. Porém, até o momento, a prefeitura não se pronunciou sobre os motivos do despejo realizado ontem.
Procurada pelo Correio do Estado no ano passado, a Prefeitura de Campo Grande esclareceu que está realizando um levantamento topográfico da região, localizando e mapeando as características da superfície da comunidade Homex, detalhando o prazo de pagamento das parcelas do regularizado terra. .
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