Federação diz que conflito foi criado quando produtores foram incentivados a ocupar terras após a guerra do Paraguai
Com o compromisso de buscar a paz no campo, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) ressalta que “os conflitos não são benéficos e que os produtores rurais e indígenas são vítimas de um erro da União ocorrido há mais de 150 anos . anos”.
Anteriormente, a Famasul já havia se manifestado sobre o tema em coletiva de imprensa, ocorrida em 2023, ao mesmo tempo em que defendia que o processo de compensação era justo para o produtor do campo.
“A indenização para o produtor é justa, porque não foi ele quem criou essa situação, o produtor entrou nas áreas de boa fé, incentivado pela União que naquela época queria garantir a soberania nacional, mandando o produtor evitar que o Paraguai voltasse ocupação de terras após a guerra”, declarou na época o presidente da Famesul, Marcelo Bertoni.
O conflito fundiário que ocorre em Douradina é um dos exemplos de reivindicação de terras indígenas, em que a área que gerou o conflito fundiário, séculos atrás, foi alvo de um assentamento por parte da União, e com isso seria possível realizar uma espécie de reassentamento para outra localidade, ou a União reconhecer que cometeu um ato ilegal ao conceder títulos de terra apenas para declará-los nulos e sem efeito, tendo assim a obrigação de pagar posteriormente uma indenização.
Questionada sobre o recente ataque de produtores rurais à comunidade indígena de Douradina, que deixou vários feridos, a Famasul reiterou que valoriza a paz no campo.
“Em todos os conflitos, a posição da Federação é sempre pela paz no terreno, respeitando ambos os lados, a legislação e a temporalidade das invasões”, afirma.
Marcelo Bertoni esteve presente na primeira reunião de conciliação do Marco Temporal, no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, como presidente da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), e desde a início do conflito fundiário em Mato Grosso do Sul participa de diálogos constantes sobre a demarcação de terras indígenas, em nível estadual e nacional.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, abriu nesta segunda-feira (5) a primeira de uma série de reuniões com ruralistas, indígenas e representantes de órgãos públicos e do Congresso Nacional, em um processo de conciliação fundiária.
Entre os participantes sul-mato-grossenses estavam a senadora Teresa Cristina (PP), o governador do estado, Eduardo Riedel (PSDB), e o secretário-executivo do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Eloy Terena.
O Governador do Estado, Eduardo Riedel, participou da Comissão Especial do STF sobre o marco temporal e, como representante do Fórum Nacional de Governadores, destacou que o objetivo é buscar a pacificação nos estados e a segurança jurídica no campo.
“O objetivo é buscar uma alternativa para uma solução extremamente complexa, dada a dimensão de todos os conflitos e discussões que vão parar no Judiciário. A intenção é buscar a pacificação e a segurança jurídica”, afirmou o governador.
Na reunião, o secretário executivo do MPI, Eloy Terena, pediu que a segurança dos povos indígenas fosse garantida antes mesmo de discutir os processos de conciliação.
“Para começar a falar em conciliação, é necessário criar um ambiente jurídico intercultural seguro e saudável. A APIB levantou a questão do respeito pela lei. A base do movimento indígena questiona discutir direitos no STF enquanto outros indígenas correm risco de morte em seus próprios territórios”, afirmou Eloy Terena.
Segundo o STF, a próxima audiência foi reservada para o dia 28 de agosto. As próximas datas reservadas foram 9 e 23 de setembro. O horário de funcionamento será das 15h às 19h.
SEQUÊNCIA DE REUNIÕES
Nesta terça-feira (6) a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, esteve presente na recuperação Yvy Areje dos Guarani Kaiowá, em Douradina, onde ocorreram os ataques no fim de semana que deixaram 11 indígenas feridos.
O ministro se reuniu com lideranças Guarani Kaiowá envolvidas na retomada e conversou com as duas partes envolvidas no conflito fundiário.
No local, o MPI reiterou que foi reforçado o efetivo da Força Nacional enviado à área de conflito para garantir a segurança dos povos indígenas, de 32 homens passou para 64, junto com isso houve uma mudança de comando que coordenou as ações da Força Nacional em Douradina.
“Trabalhamos em conjunto com o Ministério da Justiça para aumentar o número de Forças Nacionais em Douradina, e também para mudar o comando, porque precisamos ter um comando que possa se comunicar melhor com as comunidades indígenas”, informou Eloy.
Outro encontro deverá acontecer esta semana, já que uma delegação do povo indígena Guarani Kaiowá de Douradina está em Brasília para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre conflitos fundiários no Estado.
“A comunidade está em Brasília fazendo uma série de agendas, com a defensoria pública do sindicato, na Câmara dos Deputados para se reunir com a comissão de direitos humanos, mas a agenda principal aqui será a reunião com o presidente Lula”, declarou Eloy.
Descobrir
Nesta segunda-feira, o Tribunal Regional Federal suspendeu a ordem de reintegração de posse, concedida pela Justiça Federal de Dourados, que determinava o despejo da comunidade Panambi Lagoa Rica.
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