A Prefeitura está disposta a pagar até R$ 40,3 milhões para manutenção de estradas. Licitação sai 13 meses após início da operação Cascalhos de Areia
Pouco mais de um ano após o início da operação Cascalhos de Areia, a Prefeitura de Campo Grande anunciou nesta sexta-feira (02) a abertura de licitações para contratar empresas que farão a manutenção de ruas e estradas não pavimentadas na zona urbana e rural da cidade. Condado. O valor máximo que a prefeitura está disposta a desembolsar por ano é de R$ 40.378.761,75.
As propostas estão previstas para serem abertas no dia 19 e o leilão foi dividido em seis regiões urbanas (na região central não há ruas sem asfalto) e no distrito de Anhanduí. O maior deles fica na região de Anhanduizinho, com valor máximo de R$ 8.183.224,95. A última vez que a prefeitura realizou licitação para esse fim foi em 2018, quando o prefeito era Marquinhos Trad.
Depois disso, os contratos foram renovados por seis anos e em setembro do ano passado foram reajustados em quase 25%. As renovações ocorrem em quase todos os contratos públicos, mas normalmente por cinco anos.
Atualmente, pelo menos três dessas regiões estão nas mãos de empresas controladas pelos empreiteiros André Luiz dos Santos, André Patrola e Edcarlos Jesus Silva, ambos alvos da operação Cascalhos de Areia, deflagrada em 15 de junho do ano passado por suspeitas de fraude em contratos que juntos totalizaram mais de R$ 300 milhões.
Para a manutenção das ruas da região do Prosa, que está sob os cuidados de André Patrola, a prefeitura está disposta a gastar até R$ 7,41 milhões por ano. Isso é 43% acima do que você paga hoje, R$ 5,18 milhões.
Em Lagoa, onde atualmente a empresa Engenex, de Edcarlos Jesus, realiza manutenção, o lance máximo pode ser de R$ 5,39 milhões pelo período de doze meses. O valor é 25% superior ao contrato atual, de R$ 4,3 milhões.
Outra região que está sob os cuidados da Engenex é Imbirussu, onde o custo anual pode aumentar em até 41%. Hoje, o contrato prevê R$ 2,91 milhões por ano. Agora, o Executivo municipal está disposto a pagar até R$ 4,12 milhões.
A Operação Cascalhos de Areia, do Ministério Público Estadual, foi deflagrada após denúncias de servidores municipais indicando que empresas recebiam pagamentos mesmo sem manter as ruas não pavimentadas.
Além disso, as denúncias indicavam que as mesmas empresas também eram pagas pelo aluguel de máquinas que nem sequer possuíam. E, como a investigação não avançou até o momento, as empresas continuam aptas a participar de novas licitações.
Para o aluguer de máquinas e camiões, a Câmara Municipal já realizou um novo concurso após rebentar o escândalo e grande parte dos lotes ficou nas mãos dos principais alvos da operação.
A empresa MS Brasil, de propriedade oficial de Edcarlos, por exemplo, garantiu um contrato anual de R$ 13,4 milhões para aluguel de máquinas. Além disso, em fevereiro deste ano renovou contrato no valor de R$ 4,6 milhões também para aluguel de máquinas pesadas.
Quase dois meses depois de vencer a licitação e assinar novo contrato, no valor de R$ 13,4 milhões por ano, para aluguel de máquinas para a cidade de Campo Grande, a empresa MS Brasil Comércio e Serviços fechou mais um acordo milionário, mas desta vez sem oferta. , e faturará cerca de R$ 4,6 milhões por ano.
LARANJA
Oficialmente, as empresas Engenex e MS Brasil pertencem a Edcarlos Jesus, mas os investigadores do MPE suspeitam que o verdadeiro proprietário seja André Luis dos Santos, conhecido como André Patrola.
Além de supostamente ser o “laranja” de André Patrola, Edcarlos é genro de Adir Paulino Fernandes, 66 anos, vendedor de queijos que por sua vez era dono de uma série de empresas que também tinham contratos milionários com a prefeitura. de Campo Grande e nos últimos anos faturou mais de R$ 220 milhões em prestação de serviços.
Mas, ao contrário do genro, o queijeiro que nem abriu, que era um rico empreiteiro, deixou de assinar contratos com o poder público depois de ser preso por porte ilegal de arma em junho do ano passado.
CASCALHOS DE AREIA
Na operação do Ministério Público foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão e ambos os endereços ligados a André Patrola e Edcarlos foram alvos da investigação que apura “uma possível organização criminosa constituída para cometer crimes de peculato, corrupção, fraude em licitações e lavagem de dinheiro”. ” dinheiro”, conforme nota publicada pelo MPE em 15 de junho do ano passado.
A principal suspeita do Ministério Público, segundo denúncia apresentada por funcionários municipais, é que os serviços de manutenção não são realizados e mesmo assim as empresas recebem os pagamentos normalmente.
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