Sanção de Souza, 38 anos, um dos suspeitos de participação no assassinato do jornalista Léo Veras, de Ponta Porã, foi preso nesta terça-feira (23), em Parnaíba (PI), com 25 kg de drogas. O homem já havia sido preso por possível envolvimento na execução em 2020, mas foi libertado por falta de provas. Segundo informações da Polícia Militar do Piauí (PMPI), a ação fez parte da Operação Veraneio, que recebeu reforços de 200 policiais na segunda-feira (22), com o objetivo de reforçar o policiamento ostensivo e preventivo em Parnaíba, Luís Correia e Cajueiro da Praia . Após denúncias de que um homem transportava drogas de Teresina (PI) para Parnaíba, prenderam Sanção, no terminal rodoviário do litoral do estado, com uma mala contendo 23 tabletes de maconha prensada e dez sacos de maconha amassada. Ele estava em um ônibus abordado por policiais por volta das 12h20 desta terça-feira. “Ele é de Parnaíba, conhecido internacionalmente pelo envolvimento na morte do jornalista investigativo. Achávamos que ele já tinha essa ligação, a tal ponto que já tinha sido preso em São Paulo e Pedro Juan Caballero. com grande quantidade de drogas e responderá por tráfico”, afirmou o comandante do Comando de Policiamento Costeiro do Meio Norte (CPLMN), coronel Erisvaldo Viana. Tanto Sanção quanto a remessa foram encaminhadas para a Central de Flagrantes de Parnaíba. Em 2020, ele foi preso, junto com outros nove suspeitos, por suposta participação no assassinato do jornalista Léo Veras, mas acabou absolvido por falta de provas, segundo a investigação. CASO LÉO VERAS Em 12 de fevereiro de 2020, o jornalista paraguaio-brasileiro Léo Veras, 52 anos, foi morto a tiros na cidade de Pedro Juan Caballero (Paraguai), que faz fronteira com Ponta Porã. Léo tinha um site de notícias policiais no município de Mato Grosso do Sul e era rotina noticiar – em português e espanhol – casos de tráfico de drogas na região, o que lhe causou intrigas com alguns traficantes locais. Segundo investigações da Polícia Nacional do Paraguai, o jornalista foi atingido por 12 tiros de pistola 9mm, incluindo um na cabeça, enquanto estava no quintal de sua casa com a família. Ele foi resgatado e levado ao hospital, mas não sobreviveu aos ferimentos graves. Durante uma megaoperação realizada pelo Ministério Público do país vizinho, dez suspeitos foram presos por envolvimento no caso: Arnaldo Colmán, paraguaio; Anderson Rios Vilhalva, paraguaio; Paulo Céspedes Oliveira, paraguaio; Oscar Duarte, paraguaio; Marcos Aurelio Vernequez Santacruz, paraguaio; Cynthia Raquel Pereira de Leite, paraguaia; Luis Fernando Leite Nuñez, brasileiro; Sanção de Souza, brasileiro; Leonardo de Souza Concepción, brasileiro; Juan Vicente Jaime Camaro, boliviano. Todos foram encaminhados para a Penitenciária de Tacumbú. No total, foram realizadas buscas em 19 endereços de Pedro Juan Caballero, com a apreensão de quatro pistolas 9mm, dois revólveres, uma espingarda e munições, além de um Jeep Renegade branco que teria sido utilizado no crime. Waldemar Rivas, 41 anos, conhecido como Cachorrão No dia 1º de março de 2020, quase três semanas após o assassinato, Waldemar Pereira Rivas, conhecido como Cachorrão, era o principal suspeito por ser o dono do jipe encontrado e por morar próximo à casa. de Léo Veras, foi preso pela Polícia Paraguaia, mas absolvido por unanimidade por falta de provas, em novembro de 2022. Porém, cinco meses depois, a Justiça paraguaia anulou a absolvição, alegando má conduta dos membros do Tribunal na resolução do caso. Ele também faz parte da quadrilha do traficante PCC que atua na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Waldemar continua livre até hoje. Segundo o procurador paraguaio responsável pelo caso, Marco Amarilla, a investigação constatou que o jornalista vinha recebendo ameaças e, nos últimos dias, viveu com medo. Inclusive, um amigo de Léo relatou que se encontrou com ele semanas antes da execução e o jornalista lhe contou sobre as constantes intimidações. Na época, no dia da divulgação do caso, o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) divulgou nota lamentando a morte de Veras e repudiando os ataques sofridos pelos profissionais de comunicação por falta de liberdade de expressão. Assine o Correio do Estado
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