A Agesul, responsável pela obra, informou que a segunda etapa do projeto foi dividida e ainda está em fase de licitação
As obras de continuidade da avenida de R$ 41,3 milhões, atualmente ligando a região das Moreninhas ao “lugar nenhum” estão longe de começar. Segundo a Agência Estadual de Gestão Empresarial (Agesul), a segunda etapa “ainda está em fase de licitação”.
Além disso, a Agesul informou que esta nova etapa foi dividida em duas, possivelmente para tentar agilizar a continuidade dos trabalhos. “Ainda será realizada uma terceira etapa, que ligará a Abdala Salomão (rua) à Rita Vieira, que aguarda desapropriação pela prefeitura para que o Governo avance com o projeto.”
A Agesul não informou, porém, se há previsão de conclusão dessas licitações ou qual a perspectiva de início das obras. Normalmente, a burocracia dessas licitações não se completa em menos de seis meses.
Pela previsão inicial, a continuidade da primeira etapa seria realizada por meio de licitação única, estimada em cerca de R$ 32 milhões. Foi anunciado em janeiro do ano passado, mas não evoluiu.
Entre as explicações para tudo voltar à estaca zero e a chamada segunda etapa ser dividida em duas está a demora da administração municipal em conseguir desapropriar imóveis ao longo da Rua Abdala Salomão, no bairro Itamaracá.
Ainda no início do ano passado, foi publicado um decreto municipal declarando que 52 imóveis da região seriam desapropriados para dar lugar à nova avenida. Um ano e meio depois, porém, eles não foram concluídos e não há prazo estimado para que isso aconteça.
E, sem estas desapropriações, a obra da primeira fase, que começou em dezembro de 2022 e está praticamente concluída, ficará parcialmente inutilizada, pois termina numa cerca de arame e num pasto.
Quando anunciado, em meados de 2022, o projeto foi identificado como uma via estruturante para servir como nova opção de acesso da região das Moreninhas e do tráfego que sai de São Paulo para a área central de Campo Grande.
Atualmente, todo o fluxo daquela região precisa passar por Guri Marques, que nos horários de pico enfrenta congestionamentos, principalmente na chamada rotatória da Coca Cola e no cruzamento com a Avenida Guaicurus.
A nova via dará aos motoristas a opção de chegar à região central pela Avenida Rita Vieira, que atualmente termina na Avenida Guaicurus.
A previsão inicial era de que as obras da primeira etapa fossem concluídas em junho de 2024. O contrato, porém, foi interrompido por 60 dias e por isso a empreiteira Anfer ainda está dentro do prazo legal para concluir a obra.
Oficialmente, segundo a Agesul, 76% da obra está concluída. O que falta basicamente são obras de acabamento, como ciclovia e trevos de acesso em Guri Marques. O asfalto está praticamente completo e o trânsito é liberado em toda sua extensão.
No final da nova avenida, porém, os motoristas se deparam com pastagens e uma placa dizendo que é proibido caçar, pescar, nadar, desmatar, jogar lixo e fazer queimadas no local, por se tratar de Área de Preservação Permanente (APP).
Mas, embora esta nova e imponente avenida não leve a “lugar nenhum”, pode servir de via de acesso para dar continuidade ao projecto, que agora está a ser dividido em dois e não terá mais de esperar pelas expropriações para continuar.
Assim como na primeira etapa, os custos da nova fase serão todos cobertos pelo Governo do Estado, conforme previsão inicial. Até os valores relativos às desapropriações foram prometidos pela administração estadual.
Na segunda-feira (22), o Correio do Estado procurou a assessoria da Câmara Municipal em busca de informações sobre o andamento do processo de desapropriações, mas mais de 24 horas depois não obteve resposta.
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