De janeiro até a primeira semana de julho, acidentes no trecho sul-mato-grossense da BR-163 mataram 36 pessoas, número que corresponde a uma morte a cada cinco dias, e que faz jus ao título de “rodovia da morte”.
Só no último final de semana, dias 6 e 7 de julho, foram registradas sete mortes em dois acidentes, ambos envolvendo automóveis de passeio e carretas. Na primeira delas, na madrugada deste sábado, o motorista de um Fiat Siena, que teria invadido a pista contrária, colidiu frontalmente com o veículo cargueiro, no Rodoanel de Campo Grande. As três pessoas que estavam no carro, com idades entre 30 e 35 anos, morreram no local.
Na madrugada deste domingo, quatro jovens, com idades entre 17 e 19 anos, morreram depois que o carro em que viajavam bateu no semáforo contrário e colidiu frontalmente com uma carreta, no km 300 da rodovia, entre Rio Brilhante e Dourados.
Mais recentemente, no dia 12 deste mês, uma criança de 9 anos morreu na Santa Casa de Campo Grande, após ser atingida por uma peça que saiu de um trailer, quebrando a janela do ônibus em que viajava e atingindo-a .
Se compararmos os números do primeiro semestre deste ano (desconsiderando os últimos acidentes citados em julho), a BR-163 registrou mais acidentes do que no mesmo período do ano passado, mas menos mortes.
De janeiro a junho de 2023, foram registrados 330 acidentes, número 17,5% inferior aos 400 acidentes registrados no mesmo período de 2024. Porém, no ano passado os acidentes foram mais letais, com 33 mortes registradas, uma redução de 12,1% em relação a 29. este ano.
Mas, se compararmos com 2022, ano em que foram registrados 405 acidentes na BR-163 e 20 mortes, o ano de 2024 parece ser mais letal.
Confira o levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) referente ao primeiro semestre dos últimos quatro anos:
ANO | REIVINDICAÇÕES | MORTES |
2024 | 400 | 29 |
2023 | 330 | 33 |
2022 | 405 | 20 |
2021 | 366 | 30 |
2020 | 328 | 20 |
estrada da morte
Números compilados a partir de 2018 mostram que no Mato Grosso do Sul e na região Centro-Oeste a BR-163 ainda manteve o título de “rodovia mais alta que mais mata”, com o A privatização de 2013 buscou retirar o título macabro da seção.
Cerca de dois anos depois da privatização, os números de 2015 apontavam, de facto, para uma queda de mais de 50% nas mortes, com a PRF a indicar que as 64 mortes em 2014 tinham caído para apenas 30 em 2015.
Acontece que os números voltaram a subir e as melhorias na estrada estão paralisadas há sete anos, pois a CCR MSVia não cumpriu o contrato, que previa a duplicação de todos os 845 km da BR-163, de Mundo Novo, na divisa com o Paraná, Sonora, na divisa com Mato Grosso. Desde o início da concessão, há dez anos, foram duplicados apenas cerca de 155 km.
O prazo para a duplicação completa terminaria em 2024, mas a concessionária só fez a duplicação necessária para iniciar a cobrança de pedágio, nos primeiros três anos.
A rodovia não recebe investimentos desde 2017, quando a empresa solicitou o reequilíbrio do contrato. A CCR chegou a dizer em 2019 que não tinha interesse em permanecer com a rodovia e ainda exigiu a devolução de bens da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.
Desde então, o Governo Federal vem prorrogando o contrato com a CCR MSVia para a administração da BR-163.
Em 2023, foram realizadas audiências públicas em Brasília e no Mato Grosso do Sul para debater o futuro da rodovia federal que corta o estado. Em julho, uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a assinatura do acordo consensual entre o Governo e a CCR MSVia.
Dois meses depois, a União e o Estado fizeram proposta para que a CCR MSVia continuasse com a concessão, apresentando regras para assinatura do novo contrato, como a manutenção do pedágio, a duplicação de mais 68 km de rodovia e a implantação de 63 km de faixa adicional, 8 km de estradas marginais e 9 km de desvios.
A CCR MSVia teria mais 20 anos com a BR-163, porém, com esse novo acordo, o prazo será estendido por mais 15 anos. Nos primeiros três anos contratuais, será investida grande parte do total dos recursos alocados.
A empresa promete a duplicação de mais 190 km e mais 170 km de terceira faixa.
O novo contrato, que prevê investimentos de R$ 12 bilhões na rodovia, deveria ter sido assinado no primeiro mês de 2024. Porém, um impasse no Tribunal de Contas da União atrasou o processo, que ainda está paralisado.
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