Após quatro semanas de estabilidade, Mato Grosso do Sul voltou a registrar mortes por dengue, segundo boletim atualizado divulgado nesta quinta-feira (11) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Desta vez, as vítimas são uma menina de 17 anos, de Iguatemi, e um homem de 67 anos, de Itaquiraí, ambas mortes foram registradas na quarta-feira (10). Com isso, o estado chegou a 28 mortes pela doença, sendo Ponta Porã, Chapadão do Sul e Amambaí as cidades com maior número de óbitos. 13 ainda estão sob investigação.
Em relação aos casos confirmados, o MS atingiu a marca de 14 mil, 600 a mais em relação ao último boletim, com destaque para Chapadão do Sul (1.622 mil), Ponta Porã (1.614 mil) e Costa Rica (1.049), aqueles com maior frequência de casos comprovados.
Com o aumento dos casos confirmados e do número de óbitos, a letalidade (óbitos/casos confirmados) voltou para 0,20%, a maior dos últimos anos, pois havia caído na última atualização para 0,19%. A mortalidade pela doença também voltou a aumentar, chegando a 1,02 por 100 mil habitantes.
Porém, os casos prováveis hoje são de 19.636 mil, ou seja, diminuíram em relação ao último boletim epidemiológico, que eram 20.185 mil. As cidades com maior número de casos prováveis são Ponta Porã (2.382 mil), Coronel Sapucaia (1.756 mil) e Chapadão do Sul (1.630 mil).
A incidência (casos confirmados/população total x 100 mil) também aumentou, chegando a 509,1. Coronel Sapucaia (12.400,3), Juti (6.018,7) e Chapadão do Sul (5.259,3) são os principais destaques negativos nas maiores incidências. 48 municípios têm incidência alta, 24 têm incidência média e 7 têm incidência baixa.
Em relação à imunização, Novo Horizonte do Sul continua se destacando e tem 95,58% de cobertura vacinal, com 303 doses aplicadas entre uma população total de 10 a 14 anos de 317 pessoas. Em segundo lugar está Taquarussu, com 63,95% e, em terceiro, Vicentina, com 62,01%. No total, Mato Grosso do Sul aplicou 69.688 mil doses das 138.351 mil recebidas, ou seja, 50,37% aplicadas.
Campo Grande tem baixa incidência (73,6), pois possui apenas 630 casos confirmados. Ainda assim, houve apenas um óbito pela doença, ocorrido no dia 11 de junho, sendo a vítima um adolescente de 14 anos. Porém, há destaque negativo na cobertura vacinal, com apenas 26,66% das doses aplicadas no público-alvo, ou seja, 16.297 mil vacinas aplicadas em 61.139 mil pessoas de 10 a 14 anos.
Estabilização na capital
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Programa Mundial Mosquito (WMP), a prefeitura de Campo Grande e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul anunciaram a conclusão da implantação do Método Wolbachia na capital sul-mato-grossense. A iniciativa foi financiada pelo Ministério da Saúde.
Assim, Campo Grande se torna a primeira cidade da região Centro-Oeste a ter seu território protegido pelo método, que consiste na liberação do Aedes aegypti, mosquito transmissor, com a bactéria Wolbachia, que previne dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolver dentro do mosquito
Esses mosquitos se reproduzem com os mosquitos locais, gerando uma nova população com Wolbachia. Com o tempo, a percentagem de mosquitos infectados com a bactéria aumenta, eliminando a necessidade de novas libertações.
O planejamento do projeto teve início em 2019 e a operação teve início em 2020. Foi dividido em seis fases e atingiu 74 bairros das sete regiões urbanas de Campo Grande, beneficiando mais de 900 mil pessoas.
“A população de Campo Grande convive com a dengue desde 1986 e, desde então, enfrenta diversas epidemias que têm causado muitos transtornos e sofrimento à população, além de sobrecarregar os serviços de saúde. Os casos de dengue permanecem estáveis em Campo Grande desde o último pico, ocorrido em 2019, e o município não enfrenta epidemia da doença há dois anos”, declarou a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo.
*Alanis Netto e Judson Marinho colaboraram
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