Conhecida como “Rodovia da Morte”, a BR-163 registrou o terceiro acidente em três dias. Nesta segunda-feira (8). Uma van Toyota Hillux, ocupada por moradores de Pedro Gomes, ficou destruída ao colidir com um caminhão baú, outro caminhão-tanque duplo também sofreu grandes danos.
O acidente aconteceu quando o caminhão seguia para o norte e cruzou para a pista contrária. Para evitar a colisão frontal, Eli de Souza, 72 anos, motorista do caminhão baú que trafegava no sentido contrário, desviou para o lado, mas não conseguiu evitar o impacto lateral.
Logo atrás, o caminhão que vinha atrás também foi atingido e capotou diversas vezes, parando nas laterais da rodovia. Apesar da gravidade, todos usavam equipamentos de segurança e ninguém ficou ferido, apesar do veículo utilitário ter sido destruído.
O motorista do tanque, carregado com óleo S10, Esmael Miranda dos Santos, de 40 anos, ficou preso nos destroços, mas foi retirado sem fraturas, apenas com escoriações leves.
O caminhoneiro, Adeval Antônio dos Santos, 61 anos, disse que foi um milagre. Valdenice Batista Rocha e uma criança de três anos também estavam no veículo. Todos saíram ilesos.
Em decorrência do acidente, o caminhão baú ficou atravessado na via, porém o trânsito não foi interrompido. A CCR MSVia foi responsável pela reorganização do fluxo, ao longo das estradas vicinais. Mesmo com o atendimento, a equipe pede atenção redobrada aos motoristas nas proximidades do quilômetro 731, até a reabertura total da rodovia.
Outros acidentes
Entre a madrugada de sábado e domingo (6 e 7 de julho), sete pessoas morreram no Mato Grosso do Sul em diferentes trechos da BR-163, que tem 847 quilômetros de extensão.
Na madrugada deste domingo, quatro meninos que estavam em um toldo morreram próximo ao km 300 da rodovia, e – como os bombeiros tiveram que desligar o carro devido à gravidade do acidente – o quarta e última vítima demorou muito para ser identificada.
Estes quatro somam-se às três vítimas do acidente no Rodoanel de Campo GrandeO que aconteceu na madrugada deste sábado (6), que coincidentemente também estava em um carro de passeio e chorou contra um trailer.
estrada da morte
Dados do painel da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) sobre acidentes rodoviários mostram que em quatro anos, entre 2018 e 2022, o número de mortes apenas na BR-163 no estado de Mato Grosso do Sul aumentou mais de 39%.
Números compilados a partir de 2018 mostram que no Mato Grosso do Sul e na região Centro-Oeste a BR-163 ainda manteve o título de “rodovia mais alta que mais mata”, com o A privatização de 2013 buscou retirar o título macabro da seção.
Cerca de dois anos depois da privatização, os números de 2015 apontavam, de facto, para uma queda de mais de 50% nas mortes, com a PRF a indicar que as 64 mortes em 2014 tinham caído para apenas 30 em 2015.
Em 2022, tanto na Região Centro-Oeste quanto no MS, a 163 manteve o título de “rodovia onde mais morre gente”, contabilizando 159 mortes em nível regional, das quais 53 ocorreram no território mato-grossense do BR.
Entre janeiro e fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2023, o número de mortes neste BR já havia cresceu 17% e, se forem considerados os primeiros quatro meses, metade das mortes nas rodovias ocorreu em 163.
Do leilão realizado em 2014, para escolher o gestor dos 845 km da rodovia, entre Mundo Novo, na divisa com o Paraná, e Sonora, na divisa com Mato Grosso, a CCR MSVia deveria duplicar 842 quilômetros.
Porém, apenas cerca de 155 km da BR-163 foram duplicados, e a última obra de duplicação tem registros datados de 2017.
******Com informações de Léo Ribeiro
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