Quarenta e seis prisões “arbitrárias”, a maioria delas de ativistas da oposição e alguns comerciantes, ocorreram este ano na Venezuela em plena campanha para as eleições presidenciais de 28 de julho, informou nesta sexta-feira (28) a ONG Acceso a la Justicia. .
“Quarenta e seis detenções arbitrárias por razões políticas, 82% desaparecimentos forçados de curta duração”, afirmou a ONG num relatório.
Dezoito dos 46 presos são integrantes do partido Vente Venezuela (Vamos Venezuela, em tradução livre do espanhol), da líder oposicionista María Corina Machado, inabilitada para ocupar cargos públicos, mas que é o rosto da campanha de Edmundo González Urrutia , seu representante na votação eleitoral para enfrentar o presidente Nicolás Maduro.
“Outros pertencem a vários partidos políticos da oposição. Alguns foram presos por prestarem serviços ou venderem bens a [integrantes da] oposição durante viagens pelo país ou durante reuniões políticas”, acrescentou.
González Urrutia, de fato, denunciou hoje um aumento nas “perseguições e ameaças” contra membros e ativistas do comando de campanha que o representam e a Machado. “30 dias antes do processo eleitoral […] é inaceitável”, escreveu o candidato na rede social X.
Acceso a la Justicia também registra 12 desqualificações políticas de prefeitos que expressaram publicamente apoio a González Urrutia. Além disso, há duas destituições de vereadores.
Segundo relatos da oposição, a polícia tentou prender o prefeito Franco Gerratana, do município de Ortiz, no estado de Guárico (centro), nesta sexta-feira.
“Funcionários da Prefeitura estão defendendo ele neste momento”, indicou o comando da campanha de Machado na rede X ao transmitir um vídeo em que é visto um grupo protestando gritando “liberdade!” dentro dos escritórios.
As autoridades venezuelanas também fecharam ou fiscalizaram cerca de 16 estabelecimentos que prestavam serviços a Machado e sua equipe, incluindo hotéis e restaurantes, segundo o Acceso a la Justicia.
O governo venezuelano, por sua vez, acusa a oposição de conspirar e tramar ações violentas contra Maduro e acusa o principal aliado de Machado, Magalli Meda, que se refugiou na embaixada argentina junto com outros cinco colaboradores após ser alvo de mandados de prisão, de estar por trás desses supostos planos.
Até o momento, existem 282 “presos políticos” na Venezuela, segundo a ONG Foro Penal.
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