Pacheco critica ataques ao STF: “Saia da rede social e vá trabalhar”

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), repudiou nesta quinta-feira (27) ataques feitos contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao comentar o julgamento da Corte que descriminalizou o porte de maconha para usuários, o senador afirmou discordar da decisão, mas aproveitou sua fala para criticar quem ataca o Judiciário.

— Tenho minhas críticas e minhas iniciativas de revisão e reequilíbrio dos Poderes, mas nenhuma agressão. Quem pensa que atacar ministros do Supremo, cassar ministros do Supremo, o que nunca aconteceu na história do Brasil, que isso será uma solução para o problema?

Dê lugar ao diálogo, ao respeito, ao trabalho que será muito melhor — disse Pacheco em Belo Horizonte, após participar de reunião com o presidente da Assembleia de Minas Gerais, Tadeu Leite (MDB).

O chefe do Congresso também declarou que quem ataca o STF precisa “sair da rede social e trabalhar”.

— Não podemos permitir que o Brasil se torne palco de agressões entre instituições e palavreado. Recomendo que essas pessoas que estão o tempo todo nas redes sociais se atacando dêem lugar ao respeito e dêem lugar ao trabalho — reclamou ela.

— Incluindo políticos que passam todo o tempo nas redes sociais, saem das redes sociais, vão trabalhar, vão discutir benefícios fiscais, vão discutir a dívida do Estado, vão discutir a Reforma Tributária, vão discutir a política habitacional, vão discutir a política ambiental. Vá mais fundo, vá apresentar um projeto, vá denunciar um projeto e pare de atacar outras pessoas nas redes sociais — completou.

Na terça-feira, Pacheco reclamou da decisão do Supremo sobre a maconha e disse que cabe ao Congresso definir o assunto.

— Discordo da decisão apoiada pelo STF, já falei mais de uma vez sobre esse tema. Acredito que a descriminalização só pode acontecer através do processo legislativo. A discussão pode ser realizada, mas existem maneiras específicas de fazê-lo.

Hoje Pacheco voltou a comentar o tema e disse que “não é uma discussão se o medicamento A ou B é prejudicial ou não prejudicial” e que “a anvisa é quem deve dizer isso com critério técnico”, cabendo ao Congresso “disciplinar uma lei Que seja para todos.”

O presidente do Senado é autor de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criminaliza o porte de qualquer tipo de droga. O texto foi aprovado no Senado e está em análise na Câmara.

— Atacar o Supremo Tribunal Federal não é cabível. Há espaço para críticas e eu critico sempre, votei no Senado Federal uma PEC das Drogas que está hoje na Câmara dos Deputados, votei uma PEC para limitar as decisões monocráticas, porque acho que a decisão do Supremo Tribunal Federal de declarar uma lei inconstitucional só pode ser colegiado, também está na Câmara dos Deputados, fizemos a nossa parte no Senado — afirmou o senador.