O dólar se fortaleceu nesta quarta-feira, 26, sob pressão antes da eleição na França deste domingo, e em meio a declarações do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano). O iene, neste contexto, renovou o seu nível mais baixo desde 1986 face à moeda americana, o que mais uma vez provocou o debate sobre uma possível intervenção das autoridades japonesas para conter o movimento.
No final da tarde em Nova York, o dólar subiu para 106,80 ienes, o euro caiu para US$ 1,0681 e a libra caiu para US$ 1,2622. O índice, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,42%, aos 106.052 pontos.
Entre as autoridades do Fed, a diretora Michelle Bowman disse que o progresso da inflação neste ano foi “apenas modesto”. Ela ainda espera que os preços percam força em direção à meta de 2% do Fed, mas não se comprometeu com datas para um possível corte nas taxas de juros, renovando a mensagem do Banco Central Americano de que a situação será avaliada a cada reunião. De acordo com o Grupo Lmax, as declarações do Fed apoiaram a demanda por , com declarações consideradas por ele como agressivas de Bowman ontem.
O cenário ainda era de expectativa para o PCE nesta sexta-feira, e no monitoramento do CME Group continuou aparecendo como um corte mais provável de 50 pontos-base até o final deste ano. A economista-chefe do Citi, Johanna Chua, considerou que o Banco Central Americano deveria reduzir as taxas de juros três vezes este ano, a partir de setembro, o que aliviaria a pressão sobre as economias em desenvolvimento.
Na zona euro, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Fabio Panetta, afirmou que o ciclo de política monetária da região se encontra num “ponto de inflexão”, num quadro consistente com a normalização monetária de forma “gradual e suave”. Outro líder, Olli Rehn, comentou que a inflação deverá atingir a meta de 2%, mas alertou que poderá apresentar comportamento “instável” nesse processo.
O iene atingiu o seu ponto mais baixo desde 1986 face ao dólar, com os diferenciais de juros a pressionarem a moeda japonesa. A Capital Economics comenta que o fato do dólar ter ultrapassado mais uma vez a marca dos 160 ienes renovou as especulações sobre se o Banco do Japão (BoJ) irá intervir na taxa de câmbio. Mas a consultoria diz que ainda espera que o iene se recupere, dada a atual fraqueza do dólar. Ex-economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF) e atual pesquisador sênior do Instituto Brookings, Robin Brooks comentou no X (antigo Twitter) que seria um erro o Japão intervir, já que a força do dólar ocorre “quase contra todos “moedas, então não é algo específico.
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