Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) – Primeira elétrica com previsão de renovação da concessão de distribuição de energia no governo Lula, a portuguesa EDP (BVMF:) está empenhada em ampliar investimentos para melhorar o atendimento aos consumidores, enquanto aguarda condições para continuar crescendo em outras áreas , especialmente a geração renovável, disse o presidente para a América do Sul à Reuters.
Segundo João Marques da Cruz, a empresa já iniciou conversações com a agência reguladora Aneel para viabilizar a assinatura do novo contrato da EDP Espírito Santo até ao primeiro trimestre de 2025, o primeiro de 20 concessões de distribuição que expiram até 2031.
“O decreto é um bom decreto. Resolve tudo? Obviamente que não, é só um decreto. A qualidade dos serviços, a elevação a outros patamares, depende dos operadores, do investimento que fazem em equipamentos, na formação de pessoas, é um processo”, disse o executivo em entrevista à Reuters, comentando o decreto com diretrizes para renovações de concessões.
Ele considerou, no entanto, que há pontos do decreto que precisam ser melhor esclarecidos, principalmente aquele que acaba com os expurgos das distribuidoras diante de eventos climáticos extremos, o que segundo ele vai contra as “boas práticas internacionais”.
A EDP anunciou nesta segunda-feira que vai investir 4,5 bilhões de reais de 2024 a 2026 em suas duas distribuidoras de energia, que atendem as cidades de São Paulo e Espírito Santo, após o governo brasileiro publicar o decreto com as regras para renovação de contratos de 20 concessionárias no segmento.
A EDP ES, que lidera a fila de renovação, já está atrasada no processo de assinatura do novo contrato, pois o prazo regulatório expirou em janeiro deste ano – situação que colocou em risco os investimentos na concessão.
Marques da Cruz afirma que a empresa já iniciou contactos com a Aneel e espera assinar o novo contrato até ao primeiro trimestre de 2025. “Seria mau, seria mau até para a imagem, se chegarmos a julho do próximo ano, que é a data de vencimento da concessão e o contrato não está assinado.”
Destacou que os investimentos já estão garantidos e representam três vezes o nível de depreciação dos activos, ou seja, um aumento efectivo da rede, e não apenas substituição.
As contribuições visam tornar a rede elétrica mais resiliente e potente, com substituição de sistemas trifásicos – importantes para atividades como a indústria e para a qualidade dos serviços nas zonas rurais –, e também digitalizada, permitindo uma melhor gestão dos fluxos de energia .
No caso de eventos climáticos extremos, a EDP procurará, por exemplo, ter equipas cada vez mais versáteis, com profissionais treinados para desempenhar diferentes funções e que possam ser realocados para ajudar a restabelecer rapidamente o serviço aos consumidores em situações extremas.
Marques da Cruz destaca que a empresa já possui estratégias que se mostraram eficientes na atuação nesses casos, ao reportar sobre catástrofes climáticas que atingiram cidades como São Sebastião (SP) e Mimoso do Sul (ES) nos últimos anos.
DETALHES DO DECRETO
Ainda sobre os fenómenos meteorológicos severos, o executivo da EDP disse compreender a preocupação do governo em não aliviar a responsabilidade das distribuidoras na reposição dos serviços aos consumidores, mas considerou que há limites ao que as empresas podem fazer nestes momentos.
Pelas regras dos contratos atuais, as concessionárias conseguem evitar que o mau desempenho diante desses eventos resulte na piora dos seus indicadores de qualidade de serviço, DEC e FEC.
“Temos que ter muito cuidado, temos que seguir as boas práticas internacionais, que é não fingir que não foi um fenómeno climático extremo… É normal haver uma purga, mas a purga não pode prescindir de uma resposta imediata ( pelas empresas ). Este tema requer uma análise técnica… Nossa sugestão é olhar para as boas práticas internacionais.”
Marques da Cruz disse ainda entender que os governos estaduais e as prefeituras têm maior influência sobre uma concessão de distribuição de energia, que é federal, pois isso vai ao encontro do desejo da sociedade por serviços de maior qualidade.
“É claro que o decreto acarreta aumento de custos operacionais, não dá para fazer omelete sem ovo… a gestão dos ‘stakeholders’ vai ser mais complexa, mas entendemos que tem que ser feito, os canais de atendimento têm que ser reforçados, reduzindo o tempo médio de atendimento.”
Questionado sobre a permissão dada à Aneel para limitar o pagamento de dividendos por distribuidoras que não cumpram critérios regulatórios mínimos, ele disse que não apoia a regra, mas que também não a vê como uma preocupação. “Não achamos que isso se aplicará ao nosso caso.”
NOVOS INVESTIMENTOS
O presidente da EDP para a América do Sul destacou ainda que a empresa quer continuar a crescer no Brasil – já tendo anunciado a intenção de investir 30 mil milhões de reais nos próximos anos -, mas indicou que há dificuldades em avançar em algumas áreas, como como geração renovável.
“Adoraríamos investir 30 bilhões nos próximos cinco anos no Brasil, mas várias estrelas precisam se alinhar, principalmente na grande geração renovável.”
Ele disse que é preciso encontrar “condições econômicas” para investir em grandes usinas eólicas e solares, considerando que o Brasil vive atualmente um cenário de excesso de oferta de energia, enquanto a demanda vem crescendo lateralmente há vários anos.
Nesse sentido, o executivo avalia que o governo deveria realizar leilões para compra de energia renovável, mesmo que a demanda possa ser baixa.
(Por Letícia Fucuchima)
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