Além das aeronaves, a previsão é que cerca de 500 homens das forças federais sejam destacados para reforçar as equipes locais
As Forças Armadas disponibilizaram seis helicópteros e dois aviões para ajudar no combate a incêndios na região do Pantanal, e mais equipamentos estão sendo avaliados. Foram criadas duas bases de apoio e mobilizados 500 combatentes.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o bioma “enfrenta uma das piores situações já vistas”, algo “fora da curva em relação a tudo o que já se conhece”.
As declarações foram feitas após reunião da sala de situação de combate aos incêndios, no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (24).
Foi o segundo encontro do grupo. Na próxima quarta-feira (26), deverá ocorrer outra, desta vez para que cada uma das secretarias apresente suas necessidades orçamentárias, e para o governo avaliar a possibilidade de abertura de crédito extraordinário para operações.
“Não sabemos a extensão das consequências do fenômeno que temos pela frente, é a maior seca dos últimos 70 anos”, afirmou Marina. “O fenômeno é incomparavelmente maior que a capacidade humana de conter esses processos”, acrescentou.
Reportagem da Folha da última sexta-feira (21) mostrou que a falta de apoio aéreo é o principal obstáculo para o combate aos incêndios no Pantanal, segundo bombeiros de diversos setores que atuam no bioma.
Também participaram da reunião desta segunda-feira os ministros Simone Tebet (Planejamento), Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional) e Laércio Portela (Secretaria de Comunicação). Também estiveram presentes representantes dos Ministérios da Justiça, Defesa, Indústria e Casa Civil.
RECURSOS
Tebet não detalhou qual espaço orçamentário poderá ser utilizado para essas ações, mas afirmou que uma delegação de ministros deverá viajar em breve ao Pantanal.
“Não faltarão recursos, claro que com responsabilidade”, afirmou.
O governo já anunciou que vai recompor em R$ 100 milhões o orçamento do Ministério do Meio Ambiente, que foi alvo de cortes tanto do Congresso quanto do próprio Executivo.
Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante de frota Renato Rodrigues de Aguiar Freire afirmou que os militares também auxiliarão com “equipamentos de comando e controle e comunicação para que as equipes sejam utilizadas de forma eficaz”.
Os focos de incêndio no Pantanal em 2024 são recorde para o mês de junho. Apenas nos primeiros 12 dias do mês, o bioma registrou 733 focos de incêndio, o maior número de toda a série histórica arquivada no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), iniciada em 1998.
Os números são 90% superiores aos de 2020, quando o fogo destruiu 26% do bioma, naquele que é considerado o maior incêndio de sua história.
No acumulado do ano, 2023 também supera o antigo recorde, com 3.262 incêndios contra 2.534. Nesta segunda-feira, o estado de Mato Grosso do Sul declarou situação de emergência devido a esta situação.
A seca foi alertada por Marina Silva semanas atrás. Porém, como em outros assuntos, a secretaria de meio ambiente tem dificuldades para implementar medidas, dificultadas principalmente pela ala política do governo e outras prioridades do presidente Lula (PT).
No dia 5 de junho, em evento ao lado do presidente, o ministro previu que o bioma poderá viver uma tragédia climática tão grave quanto a causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul.
Defendeu ainda que sejam tomadas medidas extraordinárias de combate ao incêndio e lembrou que a situação da bacia hidrográfica da região foi a mais preocupante alguma vez registada pela ANA (Agência Nacional de Águas).
Mesmo assim, só no dia 14 foi criada uma sala de situação sobre o tema.
Devido à situação alarmante, as autoridades ambientais decidiram que as ações de combate a incêndios serão mantidas 100% mesmo durante a greve da categoria, iniciada nesta segunda-feira.
Os brigadistas que atuam no Pantanal têm sofrido com a falta de infraestrutura, principalmente de aviões, para a execução de suas ações.
Sem a rápida movimentação proporcionada pelos meios aéreos, as equipes precisam se deslocar de barco ou de carro, em trajetos muito mais longos, o que atrasa o controle do fogo e permite que ele se espalhe por grandes áreas de terra. Um agravante é a seca no rio Paraguai, que dificulta o transporte fluvial dos brigadistas.
Até a última sexta-feira, o governo de Mato Grosso do Sul – estado onde há mais focos, principalmente no entorno de Corumbá (MS) – contava com dois aviões para combater as chamas, capazes de lançar água, além de três helicópteros operados pela Polícia Militar. que podem ser solicitados pelos bombeiros.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) tinha até então apenas uma aeronave, usada para identificar locais com incêndios.
Esse número, disseram autoridades envolvidas nas ações à Folha de S.Paulo, é insuficiente para a crise atual.
Atualmente, cerca de 250 profissionais atuam no combate a incêndios, entre integrantes do Ibama, do ICMBio (Instituto Chico Mendes) e da Marinha, além de bombeiros estaduais.
O Ibama deverá receber cerca de mais 50 brigadistas e a Força Nacional também deverá enviar cerca de 60 pessoas para auxiliar nas ações.
O governo também reduzirá para três o intervalo entre a contratação de brigadistas, que atualmente é de seis meses.
Segundo Marina Silva, o planejamento do combate aos incêndios começou em outubro do ano passado e, devido aos alertas de incêndio, o governo antecipou para abril as operações, que estavam previstas para agosto deste ano.
Tebet e Marina reforçaram ainda que é preciso que os agricultores da região deixem de usar o fogo para fazer o desmatamento e enfatizaram que a queima, mesmo a queima controlada, é proibida tanto em Mato Grosso quanto no Mato Grosso do Sul.
(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS)
como pedir empréstimo no bradesco
0800 itau financiamentos
inss liga para confirmar dados
empréstimos manaus
até quanto um aposentado pode pegar de empréstimo
emprestimo funcionario publico
solicitar emprestimo bolsa familia