O Banco Central divulgou nesta terça-feira a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, que manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano.
Na ocasião, todos os nove membros do colegiado votaram pela interrupção do ciclo de corte da taxa Selic, após sete quedas consecutivas dos juros, afastando os temores sobre o compromisso do BC em controlar a inflação.
O consenso colocou lado a lado o presidente do BC, Roberto Campos Neto, considerado um “adversário” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Gabriel Galípolo, visto como o favorito do petista para o cargo em 2025.
Na reunião anterior, em maio, a divisão entre os quatro diretores indicados por Lula e os cinco que já integravam o comitê da gestão de Jair Bolsonaro teve impacto negativo nos ativos brasileiros, como o dólar.
A decisão de interromper o ciclo foi justificada pela incerteza quanto ao cenário global, principalmente em relação às taxas de juros nos Estados Unidos, e às taxas de juros internas, em que a atividade econômica é mais forte do que o esperado e as expectativas de inflação estão acima da meta. 3,0%.
“O Comitê optou por unanimidade por interromper o ciclo de queda dos juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado pela resiliência da atividade, projeções de inflação crescente e expectativas não ancoradas exigem maior cautela”, explicou o Copom no comunicado.
Por unanimidade, o Copom restaurou parte de sua credibilidade, principalmente depois das declarações de Lula de que a única coisa “fora de ajuste” no país era o BC e que não havia motivo para a taxa de juros estar no patamar atual.
A maior dúvida era sobre a influência de Lula nos votos dos quatro diretores escolhidos por ele, especialmente Galípolo, que vive uma situação delicada entre o petista e o mercado até ser confirmado como presidente do BC. Após a reunião do Copom, Lula disse que a decisão foi “sem critério”.
Além da unanimidade, uma indicação indireta do Copom de que as taxas de juros deveriam permanecer estáveis por um longo período serviu para acalmar os ânimos. No comunicado sobre a decisão, a diretoria apresentou um cenário alternativo para a inflação que considera a Selic estável até o final de 2025. Nesse caso, a projeção de inflação do BC para o próximo ano é de 3,1%, próximo do centro da meta de 3,0%.
No cenário de referência, que considera a estimativa da Selic do Boletim Focus, que volta a cair no próximo ano para 9,50%, a projeção de inflação é de 3,4%. Atualmente, o BC foca inteiramente no ano de 2025 no trabalho de convergência inflacionária.
Em relação às contas públicas, o BC disse no comunicado da semana passada que “acompanha de perto” os desenvolvimentos recentes na política fiscal que impactam a política monetária e os ativos financeiros. A condução das contas públicas pelo governo Lula tem estado sob intenso escrutínio desde a mudança nas metas fiscais para os próximos anos, em meados de abril. Mais recentemente, aumentaram as preocupações sobre a sustentabilidade do quadro fiscal, dada a dificuldade do governo em cortar despesas.
“O Comité reafirma que uma política fiscal credível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prémios de risco sobre activos financeiros, impactando consequentemente a política monetária”, afirmou no comunicado.
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