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Já se passaram 15 anos desde a morte de Michael Jackson, o artista conquistou fãs ao redor do mundo e embora relutante, fez turnês internacionais ao longo de sua carreira.
Em algumas delas esteve no Brasil e em entrevista ao especial Michael Jackson’s Private Home Movies, revelou seu encantamento com o público brasileiro.
No total, o Rei do Pop teve três passagens marcantes pelo país — 1974, 1993 e 1996 — conseguindo marcar presença em shows pelo país, entrevistas, aparições em programa de televisão e gravação de um videoclipe em parceria com o Olodum. Grupo.
Veja abaixo como foram as visitas de Michael Jackson ao Brasil.
1974 – Primeira vez de Michael Jackson no Brasil
O primeiro contato de Michael Jackson com o público brasileiro aconteceu em setembro de 1974, com uma turnê entre os dias 13 e 22 de setembro daquele ano. O Jackson 5, grupo formado pelo ídolo Pop e seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Randy, se apresentou em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro.
Segundo reportagem da Globo na época, com rostos sempre sérios e uma equipe de cerca de 30 pessoas, os americanos cruzaram o caminho de outro astro da música, o cantor Roberto Carlos, que estava de partida para São Paulo. Porém, os meninos mal foram reconhecidos pelo público e rapidamente seguiram em direção ao hotel.
Um fato curioso sobre os shows que aconteceram no Rio é que os shows que aconteceram no ginásio do Maracanãzinho, na Zona Norte da cidade, foram abertos com apresentações da Portela, tradicional escola de samba com maior número de títulos no Carnaval carioca. Mas além do palco, Michael e seus irmãos também demonstraram seus talentos na televisão.
O grupo se apresentava na TV Tupi, extinta na década de 1980. Quando o Jackson 5 participou do especial televisivo, o público ficou chocado com Michael, de 16 anos, que deixou para trás a imagem do garoto mais novo do grupo e apresentou um jovem mais maduro em processo de mudança de voz.
Uma curiosidade desse especial foi a movimentação feita pela produção para o seu evento. Durante a visita ao Brasil, o pai dos jovens não esteve presente, pelo que foram acompanhados por um juiz de menores, que restringiu o trabalho dos rapazes até às 22h. Sabendo disso, a produção aceitou os termos, mas contando com o fuso horário de Los Angeles (onde os irmãos moravam) e assim puderam passar das 22h de São Paulo, onde o programa foi gravado, revelou o produtor musical Solano Ribeiro em entrevista ao o fantástico.
1993 – Michael Jackson chega sozinho
A volta do Rei do Pop ao Brasil só aconteceu quase 20 anos depois das apresentações com o Jackson 5, e aconteceu durante a turnê internacional do álbum Dangerous.
O artista realizou dois shows no estádio do Morumbi, na cidade de São Paulo. Com os ingressos esgotados antecipadamente, os eventos dividiram as opiniões dos presentes.
Em entrevista à Globo, nem mesmo a dupla inseparável Gil e Caetano chegou a um consenso: “Gosto do Michael, mas o show foi muito ingênuo”, disse Caetano Veloso. “Não esperava que o show fosse tão bom. Até chorei de emoção”, comentou Gil.
A visita foi marcante desde sua chegada, quando cerca de 1.500 pessoas estiveram presentes no Aeroporto de Guarulhos para assistir aos primeiros passos de Michael Jackson em solo paulista. Segundo reportagem da Globo, o craque, segurando um guarda-chuva, fugiu do protocolo e chegou a 10 metros dos torcedores, acenou, recebeu presentes e depois foi para o hotel.
Porém, o tamanho da estrutura montada para os shows também chamou a atenção. Os equipamentos chegaram em dois aviões Antonov An-124 — que, na época, eram os maiores cargueiros do mundo — sendo necessária a movimentação de vários reboques para levá-los ao Morumbi.
O aparelho proporcionou um show de alta tecnologia, com telas de alta definição, fogos de artifício, diversos tipos de luzes, entre outros efeitos especiais. Mas o som foi um ponto negativo, pois ficou baixo em diversos momentos. Além disso, a visita também foi marcada por uma colisão envolvendo a van responsável pela logística do artista.
Fora do palco, os fãs se reuniram em frente ao hotel onde Michael estava hospedado, na esperança de vê-lo, mas o astro não fez grandes aparições. Fora isso, sua lista de compras virou notícia por causa de itens como uniforme da polícia paulista, pistola d’água, balões de gás e outros.
1996 – Militância, mensagem aos torcedores e torcedora
Três anos após sua estadia em São Paulo, Michael Jackson voltou ao Brasil com o diretor Spike Lee para gravar o videoclipe da música “They don’t care about us” (“Eles não se importam com nós”) no Rio de Janeiro e Salvador (BA). Para se aproximar de algumas lutas, como a disparidade social, o artista fez questão de demonstrar seu carinho pelo país em entrevista à jornalista Glória Maria, da TV Globo. — Eu te amo, Brasil — (“Eu te amo, Brasil”) disse a estrela.
A música é um protesto contra as desigualdades sociais vividas em diferentes cidades do mundo e para o seu videoclipe a dupla gostaria de registrar parte das imagens na Favela Santa Marta, no Rio, e outra parte no Pelourinho, em Salvador. Mas enfrentaram dificuldades na implementação do plano, porque as autoridades da época não queriam que a pobreza local fosse divulgada internacionalmente, pois poderia manchar a imagem do Brasil e dificultar a candidatura aos Jogos Olímpicos de 2004.
As autoridades cariocas também temiam que o clipe pudesse prejudicar o turismo da cidade e contaram com o apoio de Ronaldo Cezar Coelho, então secretário estadual da Indústria, Comércio e Turismo. Os moradores ficaram entusiasmados com as gravações e manifestaram expectativas de melhorias na realidade das regiões após a conclusão da obra.
O clipe também traz parceria com o tradicional grupo baiano Olodum, que contribuiu introduzindo o swing do samba-reggae e agregando brasilidade. Concluído, o videoclipe apresentou o Olodum a 140 países e fortaleceu os laços entre Michael e o público brasileiro. Hoje, a obra é uma das mais famosas de Michael Jackson e já ultrapassou 1 bilhão de visualizações no YouTube.
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