Tropas israelenses amarraram um palestino ferido ao capô de um veículo militar na manhã de sábado, durante uma operação na região ocupada da Cisjordânia. A cena foi registrada em vídeo e viralizou neste domingo (23).
O Exército israelense admitiu o episódio, dizendo que o ato violou o procedimento militar e que haverá investigação.
Segundo o comunicado, soldados israelitas invadiram Wadi Burqin, uma cidade nos arredores de Jenin, na Cisjordânia, na manhã de sábado para prender palestinianos suspeitos de envolvimento em grupos terroristas.
Jenin, um antigo reduto de grupos armados pouco organizados, tem sido alvo de repetidas ações militares israelitas nos últimos meses.
Lidar
Houve um tiroteio entre palestinos e soldados israelenses, segundo os militares, e um palestino ferido foi preso.
“Em violação de ordens e procedimentos operacionais padrão, o suspeito foi levado pelas forças enquanto estava amarrado em cima de um veículo”, disseram os militares israelitas, acrescentando que tal conduta não está em linha com os valores do seu Exército.
As tropas entregaram o homem à Sociedade do Crescente Vermelho Palestino para cuidados médicos.
A família identificou o palestino como Mujahid Ballas, 22 anos, residente em Jenin. Ele teria sido baleado na perna e no braço. A família estava chamando uma ambulância quando ele foi amarrado ao carro, disseram parentes.
Seu pai, Raed Ballas, disse que tinha queimaduras na pele devido ao calor do capô.
Segundo ele, Ballas estava visitando a casa do tio para jogar cartas durante o fim de semana de folga e negou que o filho estivesse envolvido em atividades terroristas.
Ofensiva em Rafah
Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Binyamin Netanyahu, disse no domingo que os combates contra o grupo terrorista Hamas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, estavam prestes a terminar.
“Isso não significa que a guerra esteja prestes a terminar, mas a fase mais intensa da guerra está prestes a terminar em Rafah”, declarou durante entrevista ao Canal 14, a primeira de uma emissora israelense desde o início da guerra. . “Depois do final da fase intensa, estaremos em condições de redistribuir algumas forças para norte, e fá-lo-emos, principalmente para fins defensivos, mas também para devolver os habitantes às suas casas”, acrescentou.
Netanyahu também disse que não aceitaria nenhum acordo parcial. “O objetivo é resgatar os reféns e erradicar o regime do Hamas de Gaza”, disse ele.
Também no domingo, Netanyahu redobrou as reclamações sobre o fornecimento de munição dos EUA. Ele disse que houve um atraso há quatro meses, sem especificar quais armas. Washington nega atrasos.
Seus comentários foram feitos horas depois que o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, viajou a Washington para reuniões com autoridades americanas.
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