Municípios dos países que fazem parte do Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estão trabalhando juntos para criar uma associação representativa do bloco. Um dos objetivos do novo grupo é facilitar a obtenção de financiamento conjunto do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento), o Banco dos BRICS.
Segundo o diretor executivo da ABM (Associação Brasileira de Municípios), Eduardo Tadeu Pereira, no dia 21 de junho de 2024, na cidade de Kazan (Rússia), deverá ser oficializado um documento de fundação da Associação de Municípios do Brics. Uma comissão de prefeitos da ABM participará da reunião.
“A ideia é que possamos trocar experiências de como os municípios resolveram alguns problemas e poder buscar financiamento juntos. No caso do Brics, achamos importante que os municípios tenham acesso ao banco, que é um novo mecanismo de financiamento internacional”, disse Tadeu Pereira nesta segunda-feira (17 de junho), na capital paulista, em entrevista durante o 1º encontro do Urban20 (U20), grupo que concentra cidades do G20 formado pelas principais economias do mundo e copresidido pelos municípios do Rio de Janeiro e São Paulo.
Criado em dezembro de 2014 para ampliar o financiamento para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos BRICS e outras economias emergentes, o NBD, até o início de 2023, contava com cerca de US$ 32 bilhões em projetos aprovados. Desse total, cerca de US$ 4 bilhões foram investidos no Brasil, principalmente em projetos rodoviários e portuários.
Dificuldade de financiamento
Em discurso no Sub-20, o coordenador geral do Brasil no G20, Felipe Hees, declarou que o financiamento para projetos sociais em todo o mundo, especialmente os de combate à fome, é muito baixo: “É um número impressionante. O volume de recursos que são destinados ao financiamento é de apenas 2%, o que beneficia muito as políticas públicas que visam atacar esses problemas”.
Hees afirmou que aumentar o financiamento internacional para combater a fome é um dos pilares da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, tema prioritário para a presidência brasileira do G20.
“Já não é um fundo de recursos que os países doadores têm de investir. O objectivo da Aliança Global é identificar todas as possíveis fontes de financiamento que possam ser mobilizadas para beneficiar políticas públicas destinadas a atacar o problema. Existem organizações internacionais com seu portfólio de fundos variados. Neste caso, uma das formas de financiar políticas públicas é tentar fazer com que essas pastas desses organismos internacionais tenham um determinado percentual fixo, garantido, de todos esses recursos, 5% para serem destinados a políticas sociais”, disse o coordenador geral do Brasil no G20.
Com informações da Agência Brasil.
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