O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em campanha por um terceiro mandato, acusou nesta sexta-feira (21) seu principal rival nas eleições de 28 de julho de planejar um suposto golpe de estadodepois de se recusar a assinar um acordo proposto pelo chavismo para respeitar os resultados eleitorais.
“Ontem assinamos um acordo de paz na Venezuela, por respeito aos resultados eleitorais, por respeito ao árbitro, de 10 candidatos assinamos oito”, disse Maduro aos seus apoiantes em Maturín (leste).
“Os dois fantoches da oligarquia deixaram de assinar. Porque é que acham que não assinaram o acordo para respeitar a CNE e os resultados? Porque pretendem gritar fraude, porque pretendem trazer (…) o golpe de Estado Estado”, afirmou.
Sem citar nomes, Maduro referiu-se a Edmundo González, candidato da principal coligação de oposição do país, que descreveu o acordo assinado no pró-governo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como uma “imposição unilateral”.
González, um diplomata de 74 anos, é o representante da Plataforma Unitária, após a desqualificação da líder María Corina Machado, que venceu as primárias da oposição realizadas em outubro passado.
Acordo
O reconhecimento dos resultados já fazia parte do acordo assinado em 2023 entre o governo e a oposição em Barbados, com a mediação da Noruega e a participação dos Estados Unidos, disse González em comunicado.
O outro que não assinou foi Enrique Márquez, ex-reitor da CNE, candidato independente e considerado uma opção “sobressalente” caso González seja afastado da disputa em meio a uma perseguição que totaliza 38 ativistas presos, segundo a oposição.
Este acordo “foi proposto pelo Presidente Maduro. Não é uma ideia original do Sr. (Elvis) Amoroso (presidente da CNE), é um documento que Miraflores produziu, é unilateral e inválido para nós”, disse Márquez esta sexta-feira. .
Maduro os repreendeu por se recusarem a assinar o documento que surgiu após uma proposta de vários líderes chavistas, incluindo o próprio presidente.
“Por que assinei? Porque se me inscrevi tenho que respeitar o árbitro. Em segundo lugar, porque quero a paz e o melhor para a Venezuela, e em terceiro lugar, mas não conte a ninguém, porque sei que venceremos, por nocaute”, garantiu Maduro aos seus seguidores.
Além do presidente, os únicos que assinaram foram sete candidatos sem peso nas pesquisas e acusados pela oposição de serem colaboradores do governo.
Embora a campanha eleitoral comece oficialmente em 4 de julho, tanto Maduro como Machado – a alma da mobilização da oposição – lideram comícios em todo o país há meses.
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