O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, destacou nesta quinta-feira (20) as semelhanças entre o café e a maconha em discussão sobre posse da substância para uso pessoal. Estudos mostram uma ligação entre os dois.
O ministro do STF citou a OMS (Organização Mundial da Saúde) e falou sobre a definição de medicamento.
“Droga é qualquer substância externa ao corpo que pode alterar seu funcionamento”, disse ele após tomar um gole de café.
“Embora tenham efeitos e riscos diferentes. O que diferencia remédio e veneno é a dosagem”, completou.
Assista Dias Toffoli falar sobre café e maconha
Ministro Dias Toffoli tomando seu café e dizendo que café também é um tipo de droga #DescriminalizeSTF pic.twitter.com/0CCWxKsXyf
—Fábio Félix (@fabiofelixdf) 20 de junho de 2024
Estudo encontrou semelhanças entre cafeína e maconha*
De acordo com um estudo publicado no Journal of Internal Medicine, o café atinge os mesmos neurotransmissores no cérebro que a maconha, porém, de uma forma muito diferente.
Segundo os pesquisadores, o café altera o metabolismo e afeta indiretamente os neurotransmissores relacionados ao sistema endocanabinóide, normalmente ligado ao uso de cannabis.
Isto ocorre porque o café altera os metabólitos – moléculas encontradas no nosso sangue e responsáveis por uma variedade de funções em todo o corpo – que estão ligadas aos neurotransmissores do sistema endocanabinoide.
O sistema endocanabinóide do corpo desempenha um papel na regulação do humor e da fisiologia, importante para controlar a nossa resposta ao stress, bem como funções como cognição, pressão arterial, imunidade, dependência, sono, apetite e energia.
Segundo pesquisas, a cannabis se conecta a neurotransmissores quando consumida relacionada ao sistema endocanabinoide.
Como funcionou o estudo que relacionou café e maconha
As semelhanças entre o café e a maconha foram destacadas em um estudo realizado com 47 pessoas que vivem na Finlândia, no qual os pesquisadores mediram os metabólitos em amostras de sangue ao longo de três meses.
No primeiro mês, as pessoas não podiam tomar café. No segundo mês, eles bebiam quatro xícaras de café por dia. No terceiro mês, os participantes beberam oito xícaras por dia.
Os pesquisadores mediram mais de 700 metabólitos no sangue após cada etapa e descobriram que um total de 115 foram impactados pelo consumo de café, dos quais 82 já eram conhecidos e mapeados. O resultado mostra que o café se liga aos mesmos neurotransmissores que a maconha, mas diminui após a ingestão de quatro a oito xícaras da bebida por dia —o oposto do que acontece quando alguém usa cannabis.
*Com informações da revista Galileu
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